Em viagem a Argentina, Pimentel diz que está "tranquilíssimo"

"As explicações que tinham que ser dadas foram dadas", disse Pimentel, em entrevista a jornalistas brasileiros, em Buenos Aires. E se referiu à conversa que teve com a presidenta Dilma Rousseff. "Eu tenho certeza de que esse episódio está superado".

Segundo Pimentel, não há motivos para o Congresso convocá-lo a dar explicações. Mas garantiu que irá, se for chamado. "A obrigação de um ministro é atender às convocações do Congresso". Pimentel está no meio de uma crise política desde que foram divulgadas pela imprensa informações sobre as relações da empresa de consultoria que ele abriu depois de deixar a prefeitura de Belo Horizonte, em 2009. Os clientes da consultoria segundo a imprensa poderiam ser empresas e entidades com as quais a prefeitura manteve contratos na época em que Pimentel era o titular do cargo.

Em uma página pessoal que mantém na internet, Pimentel publicou uma nota dando explicações sobre seu trabalho na P-21. Nela, Pimentel afirma que seu trabalho como consultor foi exclusivamente privado. Além disso, Pimentel reiterou que no período de funcionamento da empresa, ela não manteve qualquer contrato com os governos municipal, estadual ou federal.

Segundo a assessoria de imprensa de Pimentel em Brasília, tem sido grande a procura de jornalistas nos últimos dias, mas sempre levantando questões descabidas e que não a configuram nenhum ato ilegal ou imoral por parte do ministro. "Ele tem atendido a todos no sentido de prestar o máximo de esclarecimentos. Neste sábado (10) deve ser publicada uma longa entrevista de Pimentel sobre o assunto no jornal Folha de São Paulo, assim como no fim de semana na revista Época"

Ex-sócio sai da prefeitura de BH

Nesta quinta-feira (8), o ex-sócio de Pimentel na consultoria P-21, Otílio Prado, entregou uma carta de demissão ao prefeito Marcio Lacerda (PSB), de quem era assessor especial na Prefeitura de Belo Horizonte.

Ele disse que deixa o cargo para preservar a imagem de Lacerda e a do ministro. "Compreendo que a questão assume ares que vão além das questões factuais e não quero de nenhuma forma criar constrangimento indevido à figura do prefeito, pessoa pela qual nutro o maior respeito e reafirmo a minha lealdade, e tampouco causar prejuízo à imagem dessa administração e também à figura do ministro Fernando Pimentel", escreveu.

Na carta a Lacerda, Otílio disse que não havia incompatibilidade na função que exercia como assessor do prefeito com a de sócio da P-21, porque a empresa se tornou inativa no final do ano passado. Em reportagens publicadas no início da semana pelo jornal O Globo, foi revelado que uma das empresas que contratou os serviços da P-21 Consultoria, foi a QA Consulting, que tem entre os sócios um filho de Otílio.

De Brasília,
Kerison Lopes com informações da Agência Brasil