Estamos bem longe de sociedades justas, diz Bachelet
"Estamos bem longe de atingir sociedades justas e libertárias", disse a secretária-geral da ONU Mulheres e ex-presidente do Chile (2006-2010), Michelle Bachelet. Ela defendeu nesta segunda (19) o estabelecimento de um valor mínimo de ajuda como garantia para proteger as pessoas "desde a infância".
Publicado 20/12/2011 10:08
A ex-presidente chilena (2006-2010) afirmou que a única coisa que se deve temer no mundo é a falta de coragem. "Nisso consiste minha opinião sobre a vontade de transformação que a humanidade requer no século 21", assinalou.
Ao falar na sede da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Santiago do Chile, onde apresentou o estudo "Fundo de Proteção Social para uma globalização igualitária e inclusiva", Bachelet insistiu na ideia de que o descontentamento social está diretamente relacionado com o crescimento das desigualdades.
Para Bachelet, "os auxílios de proteção social, quando fortalecem os direitos da cidadania, devem ser parte importante das engrenagens econômicas". Ela acrescentou que a medida de proteção social representa "um novo enfoque político porque não se trata de assistencialismo" mas de garantias e de direitos.
A ex-presidente chilena apontou que "o serviço de auxílio social adequado continua sendo um desafio" e acrescentou que grande parte da população mundial não tem acesso a "uma segurança social adequada".
O relatório de Bachelet discorreu sobre a proteção social como estímulo ao crescimento econômico e à coesão social. O documento propõe iniciativas-chave para enfrentar a crise econômica global e a instabilidade social.
A ex-presidente ainda advertiu que em nações com conflitos, "as metas do milênio serão realizadas parcialmente" e que a globalização, apesar de ter significado "uma oportunidade", "deixou muitas pessoas desprotegidas".
A presença de Bachelet no Chile levantou uma onda de comentários no âmbito midiático a respeito de sua eventual candidatura presidencial em 2013. Diante da expectativa criada, a secretária executiva das Nações Unidas para o tema Mulher deixou claro que não era sua intenção nesta viagem se mostrar como candidata de nada.
"Eu não ando com traje de candidata, não ando aqui como candidata, esta é minha última atividade pública oficial e daí passo festas com a família", declarou à imprensa. "Eu estou trabalhando na ONU- Mulheres, dedicada a isso, cem por cento", reforçou.
Com agências