Daniel Ortega: “Não há espaço no mundo para o capitalismo”
Eleito presidente pela terceira vez, com 62,46% dos votos, em 6 de novembro de 2011, Daniel Ortega, junto com o vice-presidente, o general Omar Halleslevens, fizeram, nesta terça-feira (10), juramento de posse para um novo mandato presidencial. Na Praça da Revolução, onde foi realizada a cerimônia, o presidente se dirigiu aos presentes e disse que nos dias de hoje o mundo clama por paz.
Publicado 11/01/2012 10:43
Ortega (à esquerda), com Chávez e Ahmadinejad: Cerimônia de posse presidencial.
Após a cerimônia de posse, o presidente Ortega salientou a importância da paz e lembrou uma passagem de uma música de John Lennon: “A paz com justiça, a paz com dignidade, a paz com amor, a paz com solidariedade, a paz com o cristianismo, socialismo e solidariedade”.
Destacou que uma das metas é combater a extrema pobreza, que nada mais é do que o resultado das condições estabelecidas pelo sistema capitalista na América Latina.
“Temos que nos defender da atual crise econômica, para isso precisamos nos salvar desse modelo que apenas nos impõe pobreza e trai a humanidade, optando por um modelo cheio de amor, justiça e solidariedade”, expressou Ortega.
O presidente também lembrou que os que temiam antes de 2006, quando eleito pela primeira vez, “que o retorno da Frente Sandinista [ao governo] significaria a guerra, hoje estão mais que convencidos que a guerra na Nicarágua está enterrada, e nunca mais voltará”.
Durante seu discurso Ortega tirou a faixa presidencial e disse: “Todos são o presidente, o povo é o presidente, todos os setores da sociedade nicaraguense, todos, são presidentes”.
Lembrou que o mundo hoje enfrenta uma grave crise, provocada pelo “capitalismo selvagem”. Disse que, por essa razão, “já não há no mundo espaço para o capitalismo. Temos que dizer não às aplicações de sanções econômicas, devemos lutar pela solidariedade e a cooperação, isso determinará um futuro de paz”.
“Sim eu prometo”, disse Ortega ao jurar respeitar a Constituição da Nicarágua.
A música “Nicarágua, Nicaraguita”, uma versão gravada pelo cantor Carlos Mejía Godoy, tocava enquanto Ortega firmava seu compromisso. Logo depois abraçou sua esposa, Rosario Murillo, e saudou os presidentes Mahmud Ahmadinejad (Irã) e Hugo Chávez (Venezuela).
Luzes de refletores deram um ar colorido aos edifícios ao redor da praça, com destaque para a antiga Catedral destruída pelo terremoto de 1972 e o Palácio Nacional, com retratos dos lendários guerrilheiros Augusto Sandino e Carlos Fonseca.
Entre os presentes, teve destaque a presença do Príncipe de Astúrias, Felipe de Bourbon, o presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o presidente da Guatemala, Alvaro Colom, assim como o presidente eleito deste país da América Central, Otto Perez Molina, Mauricio Funes, presidente de El Salvador, o presidente de Honduras, Porfirio Lobo, entre outros.
Milhares de pessoas compareceram à praça, situada próximo à Casa de los Pueblos, local que Ortega utiliza para se reunir com todos os setores do país.
Fonte: CubaDebate