Liga Árabe decidirá domingo se observadores permanecem na Síria
Os detalhes de um relatório sobre a missão observadora árabe na Síria e sua eventual prorrogação por mais um mês serão anunciados no domingo (22), na capital egípcia, confirmou nesta sexta (20) uma fonte da Liga Árabe.
Publicado 20/01/2012 11:43
Um diplomata sírio na organização disse que a decisão foi tomada na quinta-feira após o adiamento da apresentação e discussão do volumoso texto com os incidentes do primeiro mês de monitoramento em diferentes partes da Síria.
Segundo os termos do protocolo pelo qual Damasco autorizou a entrada dos supervisores, ontem expirou o prazo e, ainda que desde o início se tenha dito que ele seria prorrogado, a controversa missão de observação impõe um relatório exaustivo do processo, disse a fonte.
Ele acrescentou que por causa de uma "coordenação fluida e imediata", nas primeiras horas do domingo, ocorrerá, no Cairo, uma reunião do comitê sobre a Síria, também chamado de grupo de contato, que é encabeçado pelo Catar e é integrado pela Arábia Saudita, Egito, Sudão, Argélia e Omã.
Esta instância, ao qual pertence também o secretário-geral da Liga Árabe (AL), Nabil El-Arabi, repassará, discutirá e adotará conclusões sobre o relatório dos observadores, para depois remetê-lo ao Conselho de Ministros da organização.
A reunião do comitê sobre a Síria estava marcada para esta quinta-feira e a dos ministros das Relações Exteriores para amanhã, motivo pelo qual o anúncio da Liga Árabe fundiu os dois encontros em um dia.
O diplomata, que pediu anonimato por ser funcionário regular da organização, disse ontem que o chefe da missão de observadores, o general sudanês Mustafa al-Dabi, estava por finalizar o relatório sobre violência, direitos humanos e ações do governo de Bashar Al -Assad.
Os chanceleres poderão, inclusive, discutir fora da agenda uma proposta do emir do Catal, o xeque Hamad bin Khalifa Al-Thani, para o envio de tropas árabes para a Síria, sob o pretexto de "deter a matança", uma posição que Damasco rejeitou com expressão de desconforto.
Representantes sírios advertiram a Doha que esta eventual medida só iria levar a "agravar a crise e preparar o caminho para a intervenção estrangeira", leia-as das potências ocidentais, e a fonte reconheceu que existem critérios divididos dentro da Liga Árabe.
Os 165 observadores árabes que agora trabalham em diferentes áreas da Síria não conseguiram parar as ações armadas por grupos terroristas contra civis e forças do governo desde a sua chegada naquele país, em 27 de dezembro.
Apesar das diferenças e críticas das autoridades sírias por informações tendenciosas e distantes da realidade, até agora não há nenhuma indicação de que se vá vetar a prorrogação da missão, apesar da oposição advogar pela intervenção da ONU.
Fonte: Prensa Latina