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Conselho de Segurança negocia resolução sobre Síria

O Conselho de Segurança prossegue nesta quarta (1) a negociação de uma resolução sobre a Síria, depois que a Rússia e China reafirmaram com força suas posições por uma solução política, sem sombra de uma eventual intervenção estrangeira.

A rejeição de Moscou e Pequim à adoção de sanções e a uma ação violenta contra o governo sírio foi ratificado ontem em uma tensa sessão desse órgão que contou com a presença dos chefes das diplomacias dos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha.

Rússia e China são membros permanentes do Conselho e ostentam o direito de veto à hora de aprovar as decisões do órgão.

Em sua intervenção na reunião, o representante permanente do Kremlin ante a ONU, Vitaly Churkin, reiterou que a saída da crise na Síria só pode ser resultado de um processo político dirigido pelos próprios sírios.

Também recusou qualquer tentativa para justificar uma intervenção estrangeira nesse país e precisou que o Conselho de Segurança não deve imiscuir-se no conflito interno nesse país nem impor medidas para um eventual acordo porque não tem o mandato para isso.

Disse que o papel desse órgão de 15 membros não deve ser o de exacerbar a crise e propôs que a Liga Árabe continue seu trabalho na Síria, de onde retirou sua missão de observadores após um mês de trabalho.

Assim, reiterou a proposta da Rússia para que representantes do governo sírio e da oposição vão a Moscou para abrir "um diálogo informal sem condições prévias".

Por sua vez, o embaixador da China, Li Baodong, destacou a rejeição do gigante asiático ao uso da força na questão síria e à prática conhecida como "mudança de regime", por violar os princípios da Carta da ONU e as normas internacionais.

Na mesma linha manifestou-se contrário à aplicação de sanções "que em lugar de ajudar a resolver o assunto, com frequência conduzem a maiores complicações da situação".

China está preparada para trabalhar sobre essa base de princípios e participar em um processo de consultas ativo e construtivo em busca de uma solução apropriada ao problema sírio, indicou o diplomata.

Fez questão de que as ações do Conselho de Segurança sobre Síria devem ajudar a relaxar as tensões, promover o diálogo político, diluir as disputas e contribuir a manter a paz e a estabilidade no Oriente Médio.

As posturas russa e chinesa contrastaram com as duras posições expostas pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e os chanceleres da França, Alain Juppé, e Grã-Bretanha, William Hague, para sacar do poder ao presidente da Síria, Bashar Assad.

Por sua vez, o embaixador sírio ante a ONU, Bashar Jaafari, demandou ao Conselho de Segurança que respalde o diálogo nacional e as reformas políticas colocadas em práticas por seu governo em lugar de exacerbar o conflito.

Chamamos a quem fomentam a crise a que reconsiderem sua posição, insistiu o representante sírio.

O projeto de resolução em discussão condena unicamente o governo sírio pela violência e a violação dos direitos humanos no país e chama todas as partes, "incluídos os grupos armados", a cessar "todo ato de violência ou represália".

Também exige uma "transição política para um sistema plural democrático e político" e a formação de um governo de unidade nacional depois que o mandatário Assad transfira toda sua autoridade ao seu vice-presidente.

Fontes diplomáticas indicaram a possibilidade de que o projeto de resolução seja submetido à votação antes que termine na presente semana.

Os acordos do Conselho de Segurança têm que ser aprovados pelo voto positivo de nove de seus 15 integrantes e nenhum negativo (veto) dos cinco membros permanentes (Rússia, China, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha).

Os outros integrantes do corpo são a Alemanha, Portugal, Índia, Colômbia, Guatemala, Marrocos, Paquistão, África do Sul, Togo e Azerbaijão.

Fonte: Prensa latina