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Governo britânico recusa negociação por Malvinas

O Governo britânico negou nesta quarta-feira (8) estar militarizando o conflito em torno das Ilhas Malvinas, ao mesmo tempo em que descartou abrir negociações com a Argentina pela soberania do território, ocupado pelo Reino Unido.

Tais declarações acontecem em seguida à postura da presidente argentina, Cristina Fernández, que informou que seu país denunciará perante as Nações Unidas a militarização da zona meridional do oceano Atlântico por parte do Reino Unido.

"Não haverá negociações com a Argentina sobre a soberania a não ser que os moradores da ilha desejem isso", comunicou o Ministério britânico de Relações Exteriores diante dos chamados de Buenos Aires a acatar a resolução da ONU para uma saída pacífica e negociada ao conflito.

Londres defende a propalada "autodeterminação" dos habitantes das Malvinas, que descendem dos britânicos que invadiram as Ilhas, como fiéis súditos da monarquia britânica, depois da expulsão forçada em 1833 dos primeiros moradores do arquipélago, de origem argentina.

"Não estamos militarizando o Atlântico Sul. Nossa posição defensiva nas Falklands (denominação britânica das Malvinas) é a mesma", afirmou uma porta-voz de Downing Street, sede do Governo do premiê David Cameron.

Recentemente, o Reino Unido reconheceu a atualização de seus planos de defesa das Ilhas Malvinas diante de "um eventual ataque argentino" e notificou o envio de mais tropas ao arquipélago através da ilha Ascensão.

Além disso, o governo de Londres notificou a construção de um aeroporto na ilha Santa Elena, localizada no meio do oceano Atlântico, para consolidar a comunicação com as remotas Malvinas em caso de uma situação excepcional.

As autoridades britânicas enviarão nos próximos meses um de seus navios mais modernos, o destróier "HMS Dauntless", ao mesmo tempo que mantém no arquipélago um contingente de 1.700 soldados, número quase equivalente à população de colonos.

A isso se soma a presença do príncipe herdeiro William no território sul-atlântico, como piloto de helicóptero, para anunciados "trabalhos de resgate", no meio de um conflito histórico que derivou em uma guerra entre ambos Estados em 1982 pela jurisdição das Ilhas.

A respeito, a presença nas Malvinas do neto da rainha Elisabeth II, segundo na linha de sucessão ao trono, é particularmente sensível para Buenos Aires sobretudo ao aproximar-se em abril o cumprimento de 30 anos do confronto bélico que custou a vida de 649 argentinos e 255 britânicos.

"O povo argentino lamenta que o herdeiro real chegue ao solo do país com o uniforme do conquistador e não com a sabedoria do estadista que trabalha a serviço da paz e do diálogo entre as nações", denunciou na semana passada a chancelaria argentina.

Com informações da Prensa Latina