Assembleia da PM na Bahia decide manter greve

Apesar do clima de normalidade gerado pela declaração do comandante geral da Polícia Militar da Bahia, coronel Alfredo Castro, de que a greve tinha acabado, policiais militares se reuniram no Ginásio de Esportes dos Bancários, em Salvador, na noite desta sexta-feira (10) e decidiram mais uma vez manter a paralisação das atividades.

Os policiais que estavam na assembleia rejeitaram mais uma vez a proposta apresentada pelo governo do estado de reajuste de 6,5%, retroativo a janeiro, além da incorporação gradativa das gratificações: a maior parte da GAP-4 em novembro de 2012 e o restante em abril de 2012 e a GAP-5 escalonadamente até 2015. Os grevistas pedem o adiantamento de parte da GAP-4 para março e o restante para novembro, além do pagamento de GAP-5 em 2013.

Diante da recusa, o impasse sobre o fim do movimento deve continuar, pois o governo do estado anunciou que não pretende fazer uma nova proposta, pois já teria oferecido tudo que o orçamento permite, sem desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal. O projeto com o reajuste deve ser encaminhado à Assembléia Legislativa nos próximos dias.

Convocação

Em entrevista à imprensa no fim da manhã, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, convocou os PMs ainda parados a normalizarem suas atividades, além de afirmar que a greve tinha chegado ao fim, pois sua estimativa era de que na capital baiana e região metropolitana 85% dos policiais estava trabalhando e, no interior, 80%.

“As ações da Polícia Militar estão voltando à normalidade. Já temos a sinalização de Guanambi, cidades do oeste da Bahia, Juazeiro, Senhor do Bonfim, Casa Nova, com 100% do efetivo trabalhando”, disse o coronel. Ele declarou que o número de policiais que resistem ao final da greve representa uma pequena minoria. “Os PMs, na sua maioria, vêm trazendo o seu espírito de bem servir à população e retornar às atividades”, afirmou Castro.

O coronel assegurou à tropa que, conforme o acordo que está em vigor, quem não cometeu atos de violência e vandalismo durante a paralisação estará isento de processo administrativo. “Mas em relação às faltas que acontecerem a partir de hoje, o comando está tomando como ausência do serviço e o policial estará ao alcance da legislação. Será aberto um inquérito administrativo e, se for o caso, haverá punição. A partir de hoje, a falta não é mais adesão à paralisação, mas ausência ao serviço”.

De Salvador,
Eliane Costa com agências.