Medicamento em teste reverte efeitos do Mal de Alzheimer
Cientistas norte-americanos estão festejando uma descoberta que parece ser um dos mais importantes avanços no campo das neurociências nos últimos anos. Usando um medicamento já aprovado, Paige Cramer e uma equipe coordenada a partir da Universidade Case Western (EUA) conseguiram reverter os danos patológicos, cognitivos e de memória causados pelo surgimento do Mal de Alzheimer.
Publicado 10/02/2012 10:12
Eles usaram um medicamento chamado bexaroteno, usado há mais de 10 anos no tratamento de alguns tipos de câncer, sobretudo no câncer do sistema linfático. E os resultados de seu uso contra o Mal de Alzheimer foram muito além do esperado.
Bexaroteno
Camundongos que receberam o bexaroteno apresentaram uma rápida reversão no quadro clínico com relação aos efeitos gerados pelo Alzheimer.
O Mal de Alzheimer surge em grande parte pela incapacidade do corpo em eliminar do cérebro fragmentos de proteínas naturais, conhecidas como beta-amiloide.
Em 2008, o professor Landreth Gary, coordenador deste estudo, descobriu que o principal carreador de colesterol para o cérebro, a abolipoproteína (ApoE), facilita a remoção das proteínas beta-amiloide.
O grupo agora decidiu verificar se o bexaroteno era capaz de aumentar a expressão da ApoE. A elevação dos níveis da ApoE, por sua vez, acelera o processo de remoção das proteínas beta-amiloides do cérebro.
O bexaroteno atua estimulando receptores conhecidos como RXR, que controlam quanta beta-amiloide é produzida.
Ação rápida
Os cientistas ficaram particularmente surpresos com a velocidade com que o bexaroteno reverteu as perdas de memória e os problemas de comportamento.
Apenas seis horas após a administração da droga, os níveis de beta-amiloides solúveis, que se acredita serem as causadoras dos danos na memória no Alzheimer, caíram em 25%.
Mais da metade das placas foi eliminada em até 72 horas, e a redução final do tratamento chegou a 75%.
"Esta é uma descoberta sem precedentes," disse Cramer. O melhor tratamento disponível até agora para tratar o Alzheimer em camundongos exige vários meses para reduzir as placas no cérebro."
O próximo objetivo da pesquisa é verificar como será o funcionamento do medicamento em humanos.
Fonte: Diário da Saúde