Paulistano quer mais fluidez no trânsito

Durante o lançamento do plano de mobilidade e acessibilidade “SP 2040”, autoridades, intelectuais e engenheiros apresentaram dados da pesquisa que embasou o plano e os itens estruturais do planejamento que pretende resolver o problema de mobilidade de São Paulo, em um prazo de 40 anos.

Segundo a pesquisa feita pelo grupo de trabalho SP 2040, o principal anseio da população é a fluidez. Ou seja, chegar ao seu destino dentro de um bom tempo, sem esperar no ponto de ônibus e através de um serviço de qualidade.

Outro desejo do paulistano é estudar e trabalhar próximo ao seu domicílio, isso porque, três quartos dos empregos estão concentrados em um quarto de território. Só na região central da cidade a relação emprego/população é de 1,8; enquanto fora do centro expandido essa relação é de 0,35.

Para o vereador Jamil Murad, a cidade carece de um plano de transporte de massa. “Nossa cidade tem 18% da frota nacional de carros, o que significa mais de sete milhões de carros, com forte incentivo da indústria automobilística. Para essas pessoas deixarem o carro em casa é preciso transporte coletivo eficiente”, disse o vereador que é membro da Comissão de Transporte da Câmara Municipal de São Paulo.

Plano sem prazo mínimo

O plano prevê, sem determinar o prazo de execução e detalhar o planejamento de cada área de trabalho, a descentralização da oferta de empregos e atividades econômicas e o projeto “Cidade 30 minutos”, que é a expansão integrada da rede de transporte de alta e média capacidade e que, segundo os elaboradores do SP 2040, fará com que o paulistano chegue ao destino em 30 minutos.

Para o secretário de desenvolvimento urbano, Miguel Bucalem, se os problemas de mobilidade e acessibilidade não forem resolvidos, a tendência é que a cidade se torne cada vez menos atrativa e dinâmica para empresas e mão de obra especializada.

Além da nuance econômica, Bucalem apresentou ainda que, se nada for feito para diminuir a problematicidade de acessibilidade e mobilidade urbana, outras cidades da região metropolitana ultrapassarão São Paulo em geração de emprego e também quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Metrô

Antes mesmo de ser questionado sobre a ampliação do metrô, o secretário estadual de transportes, Jurandir Fernandes, antecipou-se as críticas e apresentou a meta para ampliação do metrô de dez quilômetros por ano até 2025 e cinco quilômetros por ano até 2040.

O crescimento do metrô é de apenas dois quilômetros por ano e, embora seja sempre a vitrine dos governos tucanos, a superlotação das principais linhas continua sendo alvo de críticas dos usuários da linha metroviária.

Ana Flávia Marx, da Direção Municipal do PCdoB SP