Campanha salarial: Jornalistas cearenses deliberam sobre reajuste

O Sindjorce convoca jornalistas empregados em jornais, revistas e assessorias de imprensa do Ceará para assembleia, nesta quarta-feira, dia 14 de março, às 11h, na sede do Diário do Nordeste; às 15h no O Povo; e às 17h, no jornal O Estado, para deliberar sobre a proposta de reajuste salarial, apresentada oficialmente no último dia 7 de março pelo sindicato patronal, de 9% de reajuste para os pisos e 1,50% de ganho real (acima da inflação de 7,39%) para salários acima do piso.

Pela proposta patronal, o piso de jornais e revistas no Estado passa de R$ 1.364,12 para R$ 1.486,90 – o que representa ganho real de 1,50%. Para os demais salários, o cálculo é de 7,39% sobre o rendimento atual e, sobre o novo valor, 1,50%. Uma pessoa que ganha R$ 4.000,00, por exemplo, calcula o reajuste da inflação, perfazendo R$ 4.295,60, em seguida, aplica 1,50% de ganho real sobre este valor, o que resulta em um salário de R$ 4.360,00. Já o piso de assessores de imprensa passa de R$ 2.383,40 para R$ 2.598,00.

A Campanha Salarial 2011/2012 de Impressos se estende desde setembro do ano passado, quando o Sindjorce enviou a pauta de reivindicações ao Sindjornais. De lá para cá, numa tentativa de fechar um acordo, o sindicato abriu mão de cláusulas que poderiam ser facilmente concedidas pelas empresas, como a entrega diária de jornal na residência do jornalista e a concessão de Gratificação por Qualificação para trabalhadores com MBA, Especialização, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado.

Sempre alegando crise e, ao mesmo tempo, lançando novas publicações e fazendo investimentos a olhos vistos – como novos projetos gráficos e reformas de suas sedes – o que desfaz o argumento de problemas financeiros, os jornais cearenses insistiram na velha tática de matar os jornalistas pelo cansaço. “Mas a categoria teve paciência porque entendeu que não se tem pressa para fechar acordo ruim. Agora, com esta poupança forçada, vai receber o reajuste integral retroativo a 1º setembro, incluindo as diferenças sobre o 13º salário, férias, diárias de viagem, entre outros”, afirma a presidente em exercício do Sindjorce, Samira de Castro.

A sugestão de 9% para o piso e demais salários foi colocada na última negociação, em 14 de fevereiro, pela representante do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Jeritza Jucá, uma vez que trabalhadores reivindicavam 9,5% de reajuste e jornais ofereciam 8,5%. “Os jornalistas deram uma lição de maturidade, sabendo esperar por um acordo com ganho real de salário, além de atenderem à mobilização do Sindicato, como a manifestação da Sexta-Feira 13, na porta do Diário do Nordeste, que resultou na retomada das negociações num momento em que o patronato afirmava não dar mais de 8% de reajuste”, completa.

Fonte: Sindjorce