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Dez são indiciados por estupro coletivo na Paraíba

Dez homens foram indiciados por estupro e homicídio na cidade de Queimadas, na Paraíba. Sete adultos e três adolescentes são suspeitos de envolvimento nos abusos sexuais em cinco mulheres e mortes de duas, há dez dias, durante uma festa de aniversário.Há indícios de que os homens, que eram amigos e parentes das vítimas, fizeram uma armação para atrair as mulheres até o local para servirem como "presentes" ao aniversariante Luciano dos Santos Pereira, 22 anos.

Luciano e Eduardo dos Santos Pereira, seu irmão, são suspeitos de serem os mentores. Um dos suspeitos chegou a dizer, em depoimento, que as mulheres seriam presentes para Luciano.

Inicialmente, a primeira versão do caso foi de que duas mulheres foram sequestradas e mortas em uma festa quando homens armados e encapuzados entraram no local, amarraram todos os convidados, abusaram sexualmente das mulheres e levaram as duas vítimas na fuga.

No entanto, durante o depoimento de Eduardo, a polícia suspeitou da reação dele. A delegada de Homicídios de Campina Grande, Cassandra Duarte, explicou nesta quarta-feira (22) que todos foram indiciados porque sabiam que os estupros iriam acontecer e participaram do ato.

Segundo ela, o inquérito foi concluído e será encaminhado ainda na tarde desta quarta-feira ao fórum de Queimadas. O Ministério Público Estadual deverá decidir se oferece denúncia contra os sete adultos que estão presos e os três adolescentes detidos.

Na sexta-feira (17), o promotor Márcio Teixeira fez uma audiência com os três menores de idade para esclarecer a participação de cada um no crime e declarou que eles podem responder por três crimes: homicídio, estupro e porte ilegal de arma. Segundo ele, todos os adolescentes confessaram envolvimento no crime e nos atos sexuais.

As mulheres teriam sido mortas por terem reconhecido os agressores. "Tanto que eu fiz por você! Não faça isso não! Pare, minha mãe não aguenta isso não!", teria dito a professora Isabela Pajuçara Frazão Monteiro, de 27 anos,  segundo relato de um dos estupradores, que confessou.

A decisão de matar Isabela e a amiga, a recepcionista Michele Domingues da Silva, 29, teria sido tomada pelo organizador da festa depois que elas reconheceram os envolvidos. No depoimento, o suspeito se refere a Isabela Pajuçara pelo apelido, Ju.

"[nome do suspeito] parou a Strada, foi até a caçamba e atirou várias vezes em Ju; na caminhonete não estava Michele e Ju morreu lá no mesmo local; perguntei por Michele e ele disse que ela tinha pulado da caminhonete e ele teve que parar e atirar na mesma”, descreve um dos presos.

Eduardo continuou negando as mortes e os estupros. Ao ser interrogado, manteve a versão de que homens armados teriam invadido a festa e feito todos reféns, amordaçando as mulheres e levando R$ 5 mil em dinheiro. Seu irmão, Já o irmão, assumiu que participou dos estupros, mas disse não saber como as mulheres morreram, nem ter visto o irmão praticar qualquer tipo de ação.

Envolvimento com tráfico

A Polícia Civil da Paraíba investiga um possível esquema de lavagem de dinheiro em que estariam envolvidos os irmãos Eduardo e Luciano, principais suspeitos de comandar o estupro de cinco mulheres e a morte de duas delas no município do agreste paraibano, a 147 km da capital paraibana, João Pessoa.

O padrão de vida dos dois suspeitos não condiz com a renda declarada. Os dois afirmam que vivem com uma mesada de R$ 1.500 enviada todo mês pelos pais, que moram na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ). Eles possuem carros e motos novas que custam mais de R$ 50 mil e cavalos de raça.

A polícia investiga também a ligação dos dois irmãos com o traficante Nem, do Rio de Janeiro. O traficante tem origens na cidade de Queimadas e Eduardo já morou na Rocinha. “Possui carros novos, cavalo de raça e vive sem nunca trabalhar, sem bater um prego em uma barra de sabão”, disse o delegado André Luís de Vasconcelos.

Com G1