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França abandona termo “mademoiselle” em documentos públicos

A partir desta terça-feira, os documentos públicos na França não passarão mais a adotar a distinção entre os termos de “madame” e “mademoiselle”. A medida, anunciada nesta terça-feira (21) pelo gabinete do primeiro-ministro François Fillon, era uma antiga demanda de associações feministas.

Uma circular do Palácio de Matignon (sede do governo francês) afirma que o termo honorífico “mademoiselle” deveria ser abolido de todos os documentos administrativos.

Até então, as mulheres precisavam identificar-se como casadas (madame, ou senhora) ou solteiras (mademoiselle, senhorita) desde documentos de identidade até contas a pagar. O homem (monsieur, ou senhor), nunca precisou dessa opção.

A partir de agora, as mulheres devem ser identificadas apenas por “madame”, sem qualquer referência ao seu estado conjugal, em equivalência ao termo “monsieur”. A medida não vale para os documentos e correspondências já impressos com os dois termos.

Os grupos feministas “Osez le féminisme” (Ousar o feminismo) e “Chiennes de garde” (Cadelas de guarda) iniciaram em setembro uma campanha reivindicando o fim do termo.

Segundo Agathe Paintaud, do “Osez le féminisme”, a opção, que nunca foi obrigatória por lei, se "intromete" na privacidade das mulheres e revela um tratamento "machista", já que, aos homens, “não é solicitado que indiquem seu estado civil".

Para o "Osez le féminisme!", esse costume é "revelador da concepção retrograda do casamento", visto que "transmite a impressão de que uma mulher só alcança sua plenitude depois de casada, quando, então, a 'madame' se iguala ao 'monsieur'".

As duas associações felicitaram a mudança, mas exigem “resultados concretos”, afirmando que irão fiscalizar o cumprimento da medida. Elas também convidam o setor privado e as empresas a seguir a ação do governo.

Fonte> Opera Mundi