Manuela e UBM homenageiam mulheres de destaque

Na noite do dia 8 de março, a deputada Manuela e a União Brasileira de Mulheres (UBM) prestaram uma homenagem a algumas mulheres que têm feito a diferença nas mais diversas áreas. "Ao reconhecer o que estas mulheres todas fazem e fizeram ao longo dos últimos anos, reconhecemos o que milhares de mulheres anônimas também fazem", disse Manuela.

Homenagem UBM e Manuela - Flavia Lima Moreira

Entre as homenageadas, Diza Gonzaga entregou à Manuela um adesivo do Vida Urgente. "Esse adesivo foi feito cor de rosa em homenagem às mulheres e espero que sejam nossas parceiras em todas as causas, especialmente nas que valorizam a vida", disse.

A Dra. Maria Berenice Dias ressaltou a importância de uma homenagem reunir pessoas tão diferentes, mas que possuem um objetivo comum: promover mudanças e combater o preconceito.

Em momento especial da noite, Manuela entregou à Jussara Cony – homenageada especial da noite – o troféu e um agradecimento especial. A ela e a Mari Machado, Manuela dedicou muitas das vitórias que as mulheres vem conquistando. "Se as mulheres ocupam os espaços que hoje lhes são de direito – embora ainda insuficientes – essa vitória é resultado da luta dessas duas mulheres, aguerridas, fortes, que não perderam a coragem em nenhum momento, nem diante de nenhum obstáculo. Nas dificuldades, fortaleceram-se na luta e abriram caminhos para que eu e Juliana Brizola, por exemplo, pudéssemos atuar", disse Manuela, emocionada.

Abaixo um mini-currículo das homenageadas.

Jussara Cony – mulher, comunista, mãe, avó, bisavó, militante, poeta, farmacêutica, gestora. Não há como definir Jussara Cony em uma única palavra. Ela é daquelas pessoas que nunca fogem de uma boa luta. Impossível, ao resgatar sua trajetória, não lembrar de sua atuação na regularização dos bairros Rubem Berta e Leopoldina. Não havia quem a detivesse ou que a tirasse das linhas de frente. Ainda não há. Ela costuma afirmar, pelas vivências, aprendizados, participações e compromissos, que "o verbo lutar se conjuga junto com a vida". Jussara também se destacou na defesa do patrimônio público, contra as privatizações, em defesa dos direitos e conquistas dos servidores, na defesa da saúde da população, pela garantia da implementação do SUS, por financiamento adequado e permanente para a saúde. Militante histórica do PCdoB, Jussara foi vereadora em Porto Alegre entre 1982 a 1988 e deputada estadual entre 1991 e 2006. Atualmente é secretaria do Meio Ambiente no Rio Grande do Sul.

Diza Gonzaga – ao perder o filho adolescente num acidente de automóvel, a arquiteta Diza Gonzaga mudou completamente o rumo de sua vida. Teve a coragem de renunciar a uma carreira consolidada e iniciar uma luta: conscientizar os jovens a preservar a própria vida. Através da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, ela promove a campanha Vida Urgente, que vai onde os jovens estiverem para dizer basicamente três coisas: use o cinto de segurança, tire o pé do acelerador e se beber não dirija.

Maria Berenice Dias – reconhecida internacionalmente por suas posturas progressistas em relação aos direitos da mulher na sociedade, Maria Berenice Dias foi a primeira mulher a ingressar na magistratura no Rio Grande do Sul. Desembargadora aposentada e atuando na advocacia, foi presidente da Sétima Câmara Cível do Tribunal de Justiça do RS. Também fundou o Instituto Brasileiro de Direito da Familia, entidade que veio a transformar o entendimento tradicional de o que é uma família, fazendo valer legalmente os relacionamentos estabelecidos baseado em relações baseadas em homoafetividade.

Patricia Lucy Machado Couto – advogada e defensora dos direitos humanos, Ouvidora do Estado da Segurança Pública, advogada, defensora dos direitos humanos, foi coordenadora da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Também desempenhou atividades na Themis Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero.

Nadine Farias Anflor – a criação da Delegacia da Mulher foi a primeira política pública do Brasil voltada para a mulher. Uma inovação de um país considerado de terceiro mundo, retratando a realidade e invejada por aqueles de primeiro mundo. Em março de 1988, Porto Alegre foi a primeira cidade gaúcha a contar com uma delegacia para a mulher. Neste 8 de março nós homenageamos a coordenadora das Delegacias Especializadas da Mulher e titular da Delegacia da Mulher de Porto Alegre, Nadine Farias Anflor que realiza um trabalho diário de atendimento a mulher vítima da violência e de outras formas de discriminação.

Mayra Aguiar – aos cinco anos, ainda na pré-escola, Mayra Aguiar começou a praticar esportes. Seu primeiro contato com o judô foi nessa época. Na infância, chegou a se dedicar a outras modalidades, como atletismo e natação. No entanto, era sobre o tatame que a menina nascida em Porto Alegre no dia 3 de agosto de 1991 se encontrava. Aos 12 anos se tornou atleta da Sogipa onde encontrou condições para desenvolver suas habilidades no judô. A partir daí conquistou títulos internacionais e firmou-se como titular da Seleção Brasileira. Com apenas 15 anos conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007. Em 2012, ao vencer o Grand Slam de Paris e tornou-se a primeira mulher brasileira campeã mundial de judô na categoria até 78 kg.

Deborah Finocchiaro – é atriz, diretora, locutora, apresentadora, roteirista, autora, produtora, bacharel em Interpretação Teatral pela Faculdade de Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Dirigiu espetáculos que entraram para a história do teatro gaúcho, como "Pois é Vizinha…", há 19 anos em cartaz e que através de uma linguagem cômica retrata situações como a violência doméstica contra a mulher, a sexualidade feminina, os valores baseados nos bens materiais e outros. Deborah também dirigiu e atuou as peças Sobre Anjos & Grilos – O Universo de Mario Quintana e Histórias de Um Canto do Mundo – Memórias de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul (que consiste de um espetáculo solo, um show musical e um registro da obra em livro/CD) e Crack – Queimando A Vida.

Juliana Brizola – nascida em Porto Alegre, Juliana passou a infância no Uruguai em função do exílio imposto pela ditadura a seu avô Leonel Brizola, de quem herdou o espírito aguerrido pela defesa da educação. Formada em Direito, foi presidente estadual da Juventude Socialista do PDT, partido ao qual é filiada desde os dezoito anos, e secretária municipal da Juventude na primeira gestão de José Fogaça, quando realizou a 1° Conferência Municipal da Juventude. No ano de 2008, Juliana elegeu-se vereadora pelo PDT, tendo sido a maior votação da sigla em Porto Alegre. Nas eleições de 2010, elegeu-se deputada estadual conquistando novamente a maior votação do partido.

Emília Fernandes – professora e sindicalista, Emília Teresinha Xavier Fernandes foi a primeira mulher a ser eleita senadora pelo Rio Grande do Sul. Formada em Pedagogia, foi professora por 23 anos. Como integrante do CPERS/Sindicato, liderou várias greves e movimentos estaduais e nacionais. Foi vereadora por três mandatos em Santana do Livramento. Emilia foi também a primeira mulher a presidir uma Comissão Permanente de Infra-Estrutura do Senado, foi vice-líder do PT no Senado, coordenou a bancada federal gaúcha do PT e foi uma das coordenadoras da Bancada Feminina do Congresso Nacional, além de presidir o Conselho Parlamentar para o Diploma Mulher Cidadã Bertha Lutz. No governo Lula, Emília assumiu a Secretária Especial de Políticas para as Mulheres, com status de ministra.

Mari Machado – durante toda a sua trajetória militante, Mari Elisabeth Trindade Machado sempre esteve ligada à luta das mulheres, construindo o entendimento junto com as companheiras socialistas e de outros partidos de que não há como construir uma sociedade nova, com justiça social, enquanto houver discriminação contra a mulher e diferenças entre homens e mulheres. Foi a organizadora da Secretaria Estadual de Mulheres do PSB, sendo a primeira Secretária de Mulheres no RS e Secretária Nacional de Mulheres do PSB, função que exerceu por três gestões, até o ano de 2005. Implantou, junto com a Secretaria Nacional de Políticas para a Mulher, o programa Mulher e Ciência do governo federal, entre outras ações. De 2004 a 2006 integrou o Conselho Nacional de Direitos da Mulher. Já no RS, integrou o Conselho Estadual e apoiou a organização de conselhos municipais de direitos da mulher em vários municípios, realizando palestras e trabalho de orientação às mulheres de várias localidades.

Marcia Santana – sócia-fundadora do movimento pelo fim da exploração sexual de crianças e adolescentes do RS e ex-diretora da Fundação de Proteção Especial do Estado (FPE), Márcia Santana sempre esteve comprometida com o movimento feminista. Titular da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres do Rio Grande do Sul, ela aponta como prioridades da sua pasta a capacitação de 40 mil mulheres para inserção no mundo do trabalho, a fim de atender às demandas específicas do setor produtivo da economia gaúcha, a promoção da maior participação das mulheres nos espaços de poder, com amplo debate na sociedade sobre a importância do tema. Nessa relação está o apoio e o desenvolvimento de políticas para o enfrentamento da violência contra mulheres, além do fortalecimento e rearticulação da rede de atenção às mulheres.

Maria Helena Steffani – licenciada e bacharel em Física e doutora em Ciências na área de Física Nuclear – pela UFRGS, com pós-doutorado na Universidade Erlangen-Nürnberg, Alemanha. É professora do Instituto de Física da UFRGS, diretora do Planetário Prof. José Baptista Pereira, em Porto Alegre e diretora presidente da Associação Brasileira de Planetários desde janeiro de 2009. Neste mês de março está completando 40 anos de atividade como professora tendo, ao longo deste tempo, ministrado aulas desde a educação infantil até a pós-graduação.

Patrícia Lucy Machado Couto – ouvidora da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, a advogada Patricia Lucy Machado Couto é uma militante dos Direitos Humanos. Trabalhou na coordenação da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, integrou o Comitê Estadual Contra Tortura/RS e atuou na Themis, é advogada militante em Direitos Humanos. Na Ouvidoria, que tem como atribuições ouvir, encaminhar e acompanhar denúncias, reclamações e elogios feitos pela população sobre a atuação dos servidores da segurança pública, Patricia busca promover a aproximação do órgão com a sociedade, de forma a fomentar a participação popular nas questões que envolvem a segurança pública.

Heleninha – o carnaval é feito de imagens marcantes e emocionantes. Um desses momentos que ficará na memória de todos foi o da madrinha de bateria da Imperatriz Dona Leopoldina, que chorou na avenida a dor da perda da mãe, dona Nena, conselheira da escola e que falecera poucos dias antes num acidente de carro. Heleninha desfilou com a palavra mãe escrita na barriga, extravasando naquela homenagem o amor por dona Nena. Pode-se dizer que o carnaval está no seu DNA. O pai participou da harmonia da Imperatriz, a mãe era conselheira, o irmão mestre-sala e sua filha é hoje a segunda porta-bandeira. Heleninha também formou um grupo de meninas da comunidade as quais ensinava como serem uma passista. Por toda a sua história e seu trabalho na Imperatriz é que Heleninha é a cara da escola na comunidade.

Nilza Bittencourt – a saúde pública, tão importante na vida das mulheres, tem contado com a dedicação e o trabalho da enfermeira Nilza Bittencourt. Referência entre seus colegas do Grupo Hospitalar Conceição por sua atitude, postura e empenho em benefício do atendimento a população de Porto Alegre.