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Água: avanços no monitoramento e luta pelo acesso

Por uma semana, a partir de hoje (12), autoridades do Brasil e de vários países vão discutir no Fórum Mundial da Água (Marselha, França), medidas para aperfeiçoar o uso e o acesso à água. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participa dos debates, assim como vários especialistas brasileiros e estrangeiros.

Agricultura: consumo cada vez maior de água

Delegação brasileira leva ao Fórum Mundial da Água soluções brasileiras para o monitoramento e uso racional da água. Relatório da ONU. Aumento do consumo, adverte relatório, vai impor uma mudança radical na forma do uso para evitar a escassez

O Fórum Mundial da Água é realizado a cada três anos pelo Conselho Mundial da Água. Este ano ele é coordenado pelo governo da França, pela prefeitura de Marselha e pelo Conselho Mundial da Água, e reúne cerca de 400 especialistas de 70 países.

Seu objetivo é elaborar metas técnicas e políticas para a conservação, proteção, o planejamento, a gestão e o uso da água. Nas discussões, haverá espaço para o Banco Mundial e o Banco Central Europeu falarem sobre o financiamento de projetos relativos à água.

O diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, vai apresentar soluções e projetos em desenvolvimento no setor. Paulo Varella, também da agência, vai mencionar os esforços feitos no Brasil e os avanços obtidos.

Os representantes da ANA citaram como exemplos o Programa Produtor de Águas (de pagamento por serviços ambientais), o Prodes (de despoluição de bacias hidrográficas por meio do financiamento do tratamento do esgoto), o Atlas Brasil de Abastecimento Urbano de Água (como solução de monitoramento da eficiência no abastecimento) e a experiência com o gerenciamento dos recursos hídricos, além do monitoramento de rios e de eventos críticos.

Evitar a escassez

Estudo divulgado hoje (12) pela ONU revela que o aumento do consumo de água no mundo é tão intenso que vai impor uma mudança radical na forma como ela é usada para evitar a escassez. A 4ª edição do Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água, intitulado Gerenciando a Água sob Incerteza e Risco, foi lançado durante o 6º Fórum Mundial da Água, em Marselha, na França.
O relatório revela que aumentou a demanda por água para irrigação de cultivos de alimentos, para produção de energia elétrica e para fins sanitários.

Segundo o relatório a Ásia, com tem cerca de 60% da população mundial, tem apenas um terço da água potável da Terra. O Brasil produz aproximadamente 12% da água doce superficial do planeta e, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), o país dispõe de 18% de toda água doce superficial da Terra. E aqui está localizada grande parte da maior bacia hidrográfica do mundo, a Amazônica.

O relatório descreve as principais mudanças, incertezas e ameaças que ocorrem no mundo e suas ligações com os recursos hídricos. Indica também as tendências relacionadas ao abastecimento de água, ao uso, à gestão e aos financiamentos. De acordo com Programa Mundial para o Desenvolvimento da Água, o objetivo do estudo é incentivar alternativas para que todos se envolvam na busca pela melhoria da qualidade e aceitação das decisões sobre o tema.

Fonte: Agência Brasil, com informações do Programa Mundial para o Desenvolvimento da Água (ONU) e da Agência Nacional de Águas (ANA).