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Chefe da CIA foi à Turquia para "analisar" questão síria

O diretor da CIA, David Petraeus, viajou à Turquia para analisar a crise na Síria, em momentos em que as forças de Damasco desferem duros golpes aos grupos armados e apoiados do exterior.

Segundo informou nesta quarta-feira a emissora catariana de televisão al-Jazira outros meios de comunicação turcos, o general Petraeus teve reuniões na segunda-feira e na terça-feira a portas fechadas com o premiê Recep Tayyip Erdogan e Hakan Fidan, chefe da agência de espionagem turca, a Organização Nacional Turca de Inteligência, para uma "avaliação" de evolução dos acontecimentos na Síria.

De acordo com T. J. Grubisha, identificado pela Al-Jazira como porta-voz da embaixada norte-americana em Ancara, o chefe da CIA discutiu com Erdogan e Fidan "áreas de mútua preocupação, inclusive assuntos de segurança regional e cooperação contra o terrorismo".

O porta-voz disse sem entrar em detalhes que eles, em referência a Petraeus, Erdogan e Fidan, "preveem uma cooperação mais estreita e frutífera nos assuntos mais polêmicos na região nos próximos meses".

A revista turca Today's Zaman informa por seu vez que Petraeus e Erdogan também abordaram as manifestações sectaristas no Iraque, no meio do conflito político que vive Bagdá depois que o premiê Nouri al-Maliki emitiu uma ordem de detenção contra o vice-presidente Tariq Hashimi, acusado de chefiar esquadrões da morte.

As autoridades turcas disponibilizaram áreas do país para a criação de campos de treinamento, onde são armados e treinados grupos que estão se infiltrando na Síria pela fronteira comum, e em cuja preparação participam – segundo investigações jornalísticas – agentes da CIA, agentes da firma de mercenários X-Service, ex-Blackwater, e assessores militares franceses e catarianos.

Igualmente, permitiram a formação e até cederam um prédio como sede em Istambul ao chamado Conselho Nacional Sírio, que o Ocidente e seus satélites árabes apresentam como oposição ao governo a Damasco, mas que se encontra hoje mais dividido que nunca, depois da renúncia de três de seus dirigentes e a ameaça de uma deserção em massa.

A visita do general Petraeus ocorre durante mais um fracasso no campo diplomático da troica ocidental anti-síria, integrada por Washington, Paris e Londres, mais seus aliados árabes Catar e Arábia Saudita, em pressionar por uma resolução na ONU contra Damasco, ante a firme postura da Rússia e China.

Igualmente, acontece depois dos chamados de ceder armas à oposição síria e de servidores públicos de agências da ONU a "instalar" supostos ativistas humanitários ao longo da fronteira com a Síria para, supostamente, "coletar depoimentos" sobre a situação interna neste país.

Acontece também quando as forças sírias têm desferido duros golpes aos bandos terroristas armados, que segundo informou a al-Jazira, foram desalojadas da cidade de Idleb, próxima à fronteira com Turquia, agora sob controle das autoridades, e em Homs, onde os remanentes dos terroristas que ali operavam estão recorrendo ao assassinato em massa de famílias indefesas.

A viagem do diretor da CIA a Ancara é vista em Damasco como como prelúdio de prováveis novas operações destinadas a seguir pressionando pela derrubada do governo do presidente Bashar al-Assad, que em troca aprofunda as reformas integrais, agora com a convocação de eleições legislativas multipartidárias, sob os preceitos pluralistas da nova Constituição.

Com informações da Prensa Latina