Sem categoria

Dilma nomeará primeira mulher à presidência da Funai

Marta do Amaral Azevedo, que atuou com educação e saúde reprodutiva da mulher indígena, substituirá Márcio Meira na presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ela deve ser nomeada até o final de março. A demógrafa e professora da Universidade de Campinas (Unicamp) será a primeira mulher a presidir o órgão indigenista. A informação foi divulgada pela grande mídia no sábado (17).

Márcio Meira teria pedido para sair, após cinco anos de mandato, o mais longo da história do  órgão. Ele foi convidado para assumir outra função no governo ainda não revelada. Só adiantou que permanecerá em Brasília (DF). "Já cumpri minha missão institucional. Completei um ciclo", afirma o presidente da Funai

Marta Azevedo foi indicada pelo ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), com ajuda do próprio Meira. Entidades ligadas à política indigenista e organizações indígenas não foram consultadas sobre a troca, o que motivou uma carta de protesto na semana passada da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) à presidente Dilma Rousseff.

"Não é nada pessoal, mas os índios reivindicaram participar do processo", disse o assessor político da Apib, Paulino Montejo.

Formada em ciências sociais pela USP, com doutorado em demografia na Unicamp, Marta Azevedo trabalhou no Instituto Socioambiental (ISA), no alto rio Negro, com educação e saúde reprodutiva da mulher indígena.

Ela tem pela frente desafios como a previsão de construções de hidrelétricas em áreas indígenas como a de São Manuel, entre Mato Grosso e Pará e conflito fundiário nas terras guaranis, em Mato Grosso do Sul.

Nos últimos dois anos a Funai identificou cerca de 30 terras que poderiam ser devolvidas a índios, que vivem confinados, mas não avançou na retirada dos fazendeiros.

A futura presidente conhece a situação de perto: ela estudou os suicídios dos guaranis confinados nos anos 80.

Para saber mais sobre Marta Azevedo, assista entrevista ao programa Diálogo sem Fronteira (Centro de Estudos Avançados da Unicamp – 01/08/2011):

Segunda parte:

Da redação com Folha de S. Paulo