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Francisco Pantera: PCdoB; Fruto das lutas do povo brasileiro

Em comemoração aos 90 anos do PCdoB, o professor, jornalista, poeta e militante do PCdoB-RO, Francisco Batista Pantera, escreveu quarto poemas de cordel para homenagear e contar a história de luta do Partido no Brasil.

Os cordéis serão publicados entre esta quinta-feira (22) e o próximo domingo (25) – dia do aniversário do Partido. Leia abaixo o terceiro texto da série dedicada ao PCdoB.

PCdoB – Fruto das lutas do povo brasileiro

Era idos de mil e quinhentos
Aqui chegou o estrangeiro
Com a cruz e a espada
O colonizador fez o pizeiro
Começa o genocídio
Contra o nativo guerreiro.

Contra o colonizador
O índio foi verdadeiro
Prevaleceu a força do colono
Depois veio o navio negreiro
Trezentos anos de colônia
Deste processo somos herdeiros.

Expulsamos: inglês, Francês, o holandês
Foi guerra no nordeste inteiro
Pobres, negros e índios foram parceiro
Ali era nosso terreiro
Nossa unidade territorial
Defendemos e fomos pioneiros.

Nossa independência
Fruto do inconfidente mineiro
Da conjuração baiana, da cabanagem e da farroupilha
Da balaiada, da praieira, eita! Povo guerreiro
Rebeliões massacradas
Pela monarquia escravista dos fazendeiros.

Para conquistar o negro a libertação
Foi grande o banzeiro
Da luta dos quilombos
Aos abolicionistas liberteiros
Conquistamos a abolição
Permaneceu o racismo rasteiro.

Conquistamos a República
Ideário do mundo inteiro
Quando ela nasceu
Foi comandada por fazendeiro
Chamada República velha
Do café e do gado leiteiro.

Contra a República dos coronéis
Surgiu contestado, caldeirão e conselheiro
Contra os maltratos
A Revolta dos marinheiros
Na caatinga dos sertões
A luta dos cangaceiros.

Nos quartéis os tenentes
A Coluna Preste dos comuneiros
Semana de arte moderna
Brasil: a cultura como celeiro
1930 foi fruto
Das jornadas desses movimentos guerreiros.

De 30 a 1945
Getulio: populista, ora traiçoeiro
Depois veio os entreguistas
Aliados do império estrangeiro
Perseguiram os comunistas
Patriotas verdadeiros.

Em 1950 voltou Vargas
E o populismo faceiro
Depois Juscelino e o desenvolvimentismo
Das multi do estrangeiro
Depois de Jânio e Jango
Veio o golpe dos miliqueiro.

21 anos de ditadura
Nasceu de um golpe rasteiro
Perseguiram os democratas
Os comunistas foram os primeiros
Endividaram o país
Ao capital estrangeiro.

Cai o regime militar
Lobos travestidos de cordeiros
Veio a nova república
Sarney, Collor (o aventureiro)
Itamar, FHC e os neoliberais
Idólatras do capital Internacional financeiro.

Em 2002 foi derrotado
Os neoliberais e seus pregoeiros
Um operário foi eleito
Acabou o estado leiloeiro
Um desenvolvimentista
Na política foi engenheiro.

Assim formou-se nosso povo
Do branco, do negro, do índio somos herdeiros
Se preciso for
Agiremos com a ferocidade de um guerrilheiro
Na luta pela paz
Somos pacíficos e somos parceiros.

Edificaremos uma Pátria democrática
Nessa nação de guerreiro
Soberana e socialista
Respeitada pelo mundo inteiro
Socialmente justa e humanamente igual
A serviço do povo obreiro.

Francisco Batista Pantera é professor, jornalista, poeta e militante do PCdoB–RO