Congresso Nacional homenageia os 90 anos do PCdoB

"Identifico no comunismo uma ideia generosa, a da igualdade entre os homens, que nos aproxima da justiça social. E essa ideia tem a capacidade de abrir os corações, rompendo com os interesses pessoais para fazer prevalecer o interesse da humanidade". A declaração é do presidente do Senado, José Sarney, em sessão solene desta quarta (26) do Congresso Nacional de comemoração dos 90 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

90 anos senado

Em seu discurso – finalizado pela execução do Hino da Internacional Comunista para um plenário que, de pé, acompanhava a sessão emocionado – Sarney disse que dava seu testemunho de uma longa convivência e de uma visão dos valores comunistas que conheceu a partir de grandes amigos e eminentes políticos. "O PCdoB é mais velho que eu nove anos" – brincou.

Sarney registrou episódio histórico em que cuidou da legalização dos partidos chamados clandestinos, pouco depois de ter assumido a presidência da República: "Na ausência de Tancredo, portanto, a primeira coisa que eu precisava fazer era me legitimar. Tancredo tinha tempo para tomar as medidas de redemocratização do País, eu não." Ao mesmo tempo em que assegurava um funcionamento mínimo da máquina administrativa, contou que tomava iniciativas, como convocar eleições diretas para os últimos municípios em que havia prefeitos nomeados. E foi aí que recebeu, no Palácio do Planalto, bancada de onze deputados e do líder comunista João Amazonas.

Discursaram ainda a vice-presidente da Câmara dos Deputados, Rose de Freitas, além do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, também do PCdoB, além do presidente do partido, Renato Rabelo, e da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Também discursou em homenagem ao PCdoB o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL).

José Sarney fez uma homenagem às mulheres e chamou para presidir os trabalhos a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). A parlamentar agradeceu ao presidente do Senado e lembrou que a partir da legalização a sigla atuou em frentes importantes como a Assembleia Nacional Constituinte. “Mais de mil propostas foram encaminhadas pelos comunistas. A bancada do partido lutou contra o entulho autoritário e pela consolidação da democracia”, destacou.

Também compareceram à homenagem, sentando-se à Mesa, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos e o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. Diversas lideranças de partidos políticos ainda usaram a tribuna para homenagear os comunistas.

Da Assessoria com informações da Agência Senado