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Dilma lança pacote de estímulo à indústria nacional

Ao anunciar as novas medidas do Plano Brasil Maior e a instalação dos Conselhos Setoriais de Competitividade, na manhã desta terça-feira (3), em cerimônia no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff disse que países em desenvolvimento como o Brasil, Índia, Rússia e África do Sul, escolheram um caminho que reafirma a centralidade do desenvolvimento. E garantiu que, no Brasil, os ônus do ajuste não recairão sobre os trabalhadores.

Por Márcia Xavier e Joanne Mota

“Vamos reduzir o custo da produção sem reduzir salários e tirar direitos dos trabalhadores, que são a base do mercado interno em expansão”,afirmou. A presidente Dilma defendeu a desoneração da folha de pagamento salarial, explicando que o Tesouro Nacional compensará as perdas decorrentes das contribuições previdenciárias para que não se crie déficit da Previdência Social.

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Dilma enumerou as medidas que serão adotadas para alcançar esses objetivos – reduzir impostos, aumentar crédito e estimular exportações. “Vamos defender nosso emprego, nossa indústria e nosso desenvolvimento”,afirmou.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, que representou o movimento sindical, concorda com todas as medidas para a valorização da produção, mas destacou ser tímida a porposta apresentada.

Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), disse ao Vermelho que o pacote posto em prática pelo govenro é positivo, contribui para a industria do país, mas se configura como uma ação paliativa para o setor.

"Desde o inicio deste ano, as centrais discutem esse assunto, com o objetivo de pensar um projeto que busque aprofundar o desenvolvimento, com valorização do trabalhador e fortalecimento de nossa indústria. O pacote anunciado hoje não atinge e nem favorece o trabalhador. A desoneração é uma ação positiva, porém somente isso não nos garante as reformas estrturais pelas quais lutamos. O que o movimento sindical quer é que sejam implementadas medidas que atuem diretamente na questão estrutural. Ações mais que pontuais, que tenham o Estado como indutor e se configurem como política de longo prazo”, explica o dirigente.

O ministro da Fazenda Guido Mantega disse que as medidas vão fortalecer a economia brasileira, garantir o crescimento sustentado e enfrentar os problemas da economia mundial. Temos média de crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos, disse, acrescentando que “é possível crescer 4,5% este ano e continuar essa trajetória de crescimento nos próximos anos”, garantiu.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, elogiou as medidas e reconheceu as dificuldades do setor. Segundo ele, a crise na indústria não é conjuntural, mas estrutural que deve ser mudada com estratégia clara para à infraestrutura, carga tributária, custo de capital, câmbio e qualidade.