PCdoB participa da discussão de frente suprapartidária em Itabuna

Representantes do PCdoB, PDT, PMDB, PSDB, PV, PRB e PSC se reuniram nesta segunda-feira (2/4), em Salvador, para discutir a criação de uma frente alternativa para disputar a Prefeitura de Itabuna, no sul da Bahia. Os partidos pretendem formar uma frente, discutir um programa único para a cidade e definir critérios para uma candidatura única, que possa vencer os dois grupos políticos que se alternam no comando da cidade há 30 anos.

O grupo já discute a possibilidade de aliança na cidade, mas as direções partidárias municipais vieram buscar o aval dos dirigentes estaduais para o debate. “Percebemos que houve um entendimento sobre a necessidade de construção desta frente para resgatar Itabuna e colocá-lo no lugar devido. Até mesmo porque os investimentos do governo federal na região são muitos vultosos e nós precisamos colocar o município em um processo de planejamento capaz de se conectar com estes investimentos. Acreditamos que uma gestão organizada, com bastante ética e eficiência pode resgatar Itabuna e colocá-la no lugar de pólo regional, que está degradado com as sucessivas gestões que passaram no município”, informou o vereador, presidente do PCdoB em Itabuna e pré-candidato a prefeito, Wenceslau dos Santos Júnior.

“Nós temos reuniões periódicas em Itabuna e a partir do dia 16 de abril vamos fazer as Terças Temáticas, com o debate de um tema de interesse da cidade a cada semana. Educação, saúde e desenvolvimento social devem constar da pauta de discussão”, disse Wenceslau, acrescentando que o grupo está conversando também com o PP e PPS.

Alternativa

O prefeito de Itabuna é o Capitão Azevedo (DEM), que deve ser candidato à reeleição, embora tenha problemas com a prestação de contas, rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e em análise na Câmara Municipal. A outra candidatura colocada é de Juçara Feitosa, esposa do deputado federal Geraldo Simões (PT). “Estes dois grupos têm dirigido a cidade de forma alternada nos últimos 30 anos e a gente entende que esta bipolaridade não trouxe muitos benefícios para a cidade, que precisa experimentar novas formas de gerenciamento, que venham revolucionar a cidade. A gente entende que nenhum destes dois pólos interessa a este conjunto de partidos, que busca se constituir como alternativa real e concreta de poder na cidade”, ressaltou o vereador comunista.

Segundo Wenceslau Júnior, Itabuna é uma cidade que, em razão da crise do cacau, cresceu sem planejamento. Os bairros periféricos sofrem com a carência de infraestrutura, principalmente de saneamento, abastecimento de água e pavimentação. A saúde da cidade, que já foi o segundo pólo de saúde da Bahia, hoje vive uma crise muito grave. “Tem ainda o caos do trânsito e os problemas ambientais, com a poluição do rio Cachoeira, devido à falta de tratamento do esgoto recolhida das casas. Itabuna hoje até tem uma coleta de esgoto, mas não trata. É uma vergonha para uma cidade de 210 mil habitantes não ter nem 1% de tratamento do esgoto recolhido. Temos ainda o problema do aterro sanitário e Itabuna não tem um abatedouro decente, em consonância com vigilância sanitária”.

“Tem ainda os problemas sérios na qualidade de vida das pessoas. Precisamos investir mais no esporte, no lazer, na cultura. Enfim, Itabuna precisa ser reconstruída, é por isso que nós entendemos que há necessidade de ter uma força nova e jovem, que ainda não tenha sido experimentada na política para enfrentar este problema. Claro que dentro de uma coalizão de forças, composta não apenas por estes partidos, mas também pela sociedade civil. Pela associação comercial, sindicatos de trabalhadores e empresariais, associação de moradores, maçonaria, Lions. Enfim, precisamos fazer um mutirão para tirar Itabuna do caos que ela se encontra hoje”, concluiu.

De Salvador,
Eliane Costa.