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Iêmen intensifica ofensiva contra rebeldes islâmicos

Mais de 140 rebeldes islâmicos morreram nas últimas 72 horas por uma ofensiva do Exército de Iêmen, assegurou nesta quarta-feira (11) o governo, enquanto tenta impulsionar a transição, aparentemente despojando-se da pesada herança do ditador Ali Abdulá Salé.

Soldados da 111ª Brigada Blindada das forças armadas prosseguiram nesta quarta-feira seus ataques contra bastiões de milicianos da Ansar Al-Sharía (Partidários da Lei Islâmica), um grupo que as autoridades vinculam à Al-Qaida na Península Arábica (AQPA).

De acordo com fontes militares, nas escaramuças desta quarta no sul do Iêmen foram abatidos ao menos uma dezena de islâmicos radicais, cifra que se une aos 133 mortos informados na terça-feira por um porta-voz do Exército e por líderes tribais.

Porta-vozes dos extremistas asseguraram que nas próximas horas intensificaram seus ataques a quartéis militares e reforçarão sua presença em várias zonas do sul para vingar a morte de seus colegas.

Além disso informaram precisaram que, apesar do elevado número de militares subordinadas ao governo de Sanaa, manterão o cerco a Lawdar para tratar de reconquistá-la devido a sua estratégica posição entre as províncias de Shabwa, Bayda e Lahj, com grande atividade do AQPA.

Os combates mais intensos ocorreram a partir da noite de domingo na localidade de Lawdar, na província meridional Abyan, cuja capital Zinjíbar está em poder de Ansar al-Sharía desde maio de 2011, apesar de reiteradas tentativas das autoridades para recuperá-la.

Entre as baixas pelos choques dos últimos dois dias incluíram-se 102 membros do AQPA, 12 deles somalis e outro elevado número de sauditas, bem como 14 soldados e uns 10 membros de tribos armadas aliadas com os militares governamentais.

Só na terça-feira, as autoridades asseguraram ter aniquilado 28 irregulares em uma operação que também custou a vida de pelo menos dois civis e nove soldados, durante o um assalto a uma base na estrada entre as localidades de Hadramawt e Mareb.

Por outro lado, o partido Congresso Geral do Povo, liderado pelo ex-presidente Alí Abdulá Salé, afirmou em um comunicado que Ahmed Salé, o filho mais velho do antigo presidente e comandante da Guarda Republicana de Iêmen, apoia o mandato de Abdo Rabbo Mansour Hadi.

A notícia aumentou as tensões no país em plena depuração do Exército Hadi como parte do plano do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) Pérsico para a transição iemenita, um processo para o qual o premiê Mohammad Salim Basindwa pediu ontem apoio no Catar.

Basindwa instou as seis monarquias do CCG e a comunidade internacional a "estarem junto" do Iêmen e respaldarem sua marcha para a democracia, enquanto o jornal Iêmen Post assegurou que as autoridades locais defendem que Salé abandone o país para evitar a instabilidade.

O jornal indicou que o ex-presidente estabeleceu como condição para deixar o país que os Emirados Árabes Unidos lhe ofereçam por escrito garantias de que o aceitarão por dois anos (tempo que durará a transição aqui) junto a dezenas de membros de sua família.

Fonte: Prensa Latina