Sindicatos espanhóis alertam para medidas que afetam trabalhador

A Confederação Sindical das Comissões Operárias (CC.OO.) e a União Geral de Trabalhadores (UGT), na Espanha, acusaram o governo conservador espanhol de criar um estado de emergência econômica e social com suas medidas de ajustes.

Após anunciarem novas manifestações para o próximo dia 29 de abril, as duas principais centrais operárias da Espanha culparam o Executivo de Mariano Rajoy de gerar um grande alarme na sociedade, com o severo corte do gasto nos serviços públicos essenciais.

Em uma coletiva de imprensa conjunta, os líderes da UGT, Cándido Méndez, e das CC.OO., Ignacio Fernández Toxo, justificaram os protestos por conta ajustes decretados pela administração do direitista Partido Popular (PP) contra os setores mais vulneráveis.

Denunciaram em particular os cortes de 10 bilhões de euros anunciados recentemente pelo Palácio da Moncloa (sede do poder central) nos âmbitos da educação e da previdência, que provocará, alertaram, uma deterioração e degradação social de caráter irreversível.

Na opinião de Fernández Toxo, o PP optou pela via de acabar, com um só golpe, com três décadas de diálogo com as organizações sindicais.

"O debate social não é necessário quando o que se quer é destruir o caminho", criticou o secretário geral das CC.OO., que acusou o governo de mentir ao apontar que não existem alternativas às políticas neoliberais implementadas para sair da crise econômica.

Fernández Toxo e Méndez pediram aos cidadãos que saiam as ruas no domingo dia 29 e no 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador, em defesa da qualidade e gratuidade dos serviços públicos e contra a pretendida privatização desses serviços básicos.

Estamos diante de decisões muito graves que significam um retrocesso, enfatizou o líder da UGT, após alertar que o conceito de Estado social e democrático plasmado na Constituição está sofrendo uma deterioração irreversível.

O governo de Rajoy anunciou nesta semana um sistema de pagamento por medicamentos em função da renda, o que castigará fundamentalmente a maioria das pessoas, segundo denunciaram diversos setores políticos e sociais.

Os pensionistas espanhóis, que na atualidade não pagam nada pelos remédios que precisam para seus tratamentos, pagarão 10% de seu valor, com um limite de oito euros por mês caso sua renda seja de 18 mil euros anuais, ou de 18 euros caso supere esse limite.

Os trabalhadores na ativa continuarão pagando 40% dos custos caso recebam menos de 18 mil euros, mas terão sua contribuição aumentada para 50% caso ultrapassem esse limite, e até 60% caso seu salário exceda os 100 mil euros por ano.

A Plataforma Social em Defesa do Estado de Bem-estar e dos Serviços Públicos avisou que um sistema de co-pagamento pelos remédios fará que os setores com menos recursos e os pacientes crônicos desistam de adquirí-los.

Apontou que o plano afetara a população mais necessitada, seja pela sua situação econômica ou por seu estado de saúde.

Em outra impopular decisão, a direita no poder determinou que os estudantes paguem 540 euros a mais por suas matrículas nas universidades estatais a partir do próximo ano.

Fonte: Prensa Latina