Espanha em recessão pela segunda vez em 3 anos; desemprego cresce

Pela segunda vez em três anos, a Espanha entra em recessão. O banco central do país prevê que 25% dos espanhóis estão desempregados, taxa que ainda tende a crescer. Segundo a agência de pesquisa Eurosat, o déficit público do país em 2011 cresceu, como havia sido anunciado pelo governo, para 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

A crise é a pior da história democrática do país. A Espanha ostenta o terceiro maior déficit dos países da União Europeia, sendo superada apenas pela Irlanda (13,1%) e Grécia (9,1%).

Os dados marcam o fim de uma recuperação modesta entre 2010 e 2011. Relatório mensal do Banco de España (o BC do país) mostrou que o PIB caiu 0,4% nos três primeiros meses de 2012, reforçando a contração de 0,3% registrada no trimestre anterior.

O governo de centro-direita da Espanha já prevê que a economia do país vai encolher 1,7% este ano, e a maioria dos economistas projeta um aprofundamento da recessão com a aproximação do verão (de junho a setembro no Hemisfério Norte).

A Espanha viveu uma década de expansão até 2008, quando passou a ser o país mais afetado pela crise na Europa. O desemprego passou de 1,7 milhão de pessoas para mais de 5 milhões. Entre janeiro e março, 290 mil postos de trabalho extras foram abolidos e a previsão já indica que 24% da população estará sem trabalho até julho.

O país ibérico está atolado por uma dívida que já faz o mercado especular sobre um eventual resgate da UE e do FMI. Para sair da crise, o governo de Mariano Rajoy promoveu um corte de 27 bilhões no orçamento e promete economizar mais 10 bilhões em saúde e educação. Tudo isso para que, em 2013, o déficit esteja dentro dos níveis exigidos pela UE.

Mas a austeridade está cobrando um preço alto na economia real, assim como já ocorreu na Grécia e em Portugal. Com salários reduzidos, desemprego e dificuldade em obter empréstimos, o consumo doméstico em forte queda de 0,9% foi a principal causa da volta da recessão.

Com informações do Estadão