YFP: nacionalização é aprovada; popularidade de Cristina sobe

Nesta quinta-feira (3), a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou, por ampla maioria — inclusiva da oposição, o projeto de expropriação da empresa petrolífera YPF, enviado pelo governo da presidente Cristina Fernández de Kirchner.


Movimentos sociais se reuniram em frente ao Congresso para aguardar aprovação da expropriação/ Foto: Telám

"A partir de hoje, na Argentina, o petróleo deixa de ser uma commodity para a YPF. O petróleo passa a ser o insumo básico para o crescimento e o desenvolvimento econômico do país", declarou o deputado Agustín Rossi, líder da bancada governista na Câmara.

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O projeto declara como sendo de "utilidade pública e sujeitas a expropriação" 51% das ações da YPF controladas pela Repsol, que tem uma participação total de 57,43% na petrolífera argentina. Os outros acionistas são o grupo argentino Petersen (25,46%) e o Estado argentino (0,02%), enquanto os restantes 17,09% estão cotados nas Bolsas de Buenos Aires e Nova Iorque.

Popularidade

Pesquisa realizada pela consultoria Management&Fit, e Roberto Bacman, do Centro de Estudos de Opinião Pública (CEOP) indica que a aprovação de Cristina chegou a 61% em maio.

Cristina foi reeleita em outubro do ano passado com 54% dos votos e, na ocasião, contava com cerca de 62% de aprovação, mas em dezembro sua popularidade começou a cair e entre dezembro e abril, antes do anúncio da estatização da petroleira, o apoio popular à presidente tinha retrocedido 17 pontos percentuais.

As pesquisas de opinião indicam ainda que a maioria dos argentinos aprova a nacionalização da YPF e que o setor petroleiro seja ''controlado'' pelo Estado.

Segundo o CEOP, este índice chegou a 74%. A consultoria Poliarquía, que realizou o levantamento para o jornal La Nación, chegou ao índice de 62%, e a Manegement&Fit, 50,2%.

''A YPF é um símbolo para os argentinos. Nos anos 90, os argentinos apoiaram as privatizações de telefones, de luz, gás, água e até de trens, mas não da YPF e da Aerolíneas Argentinas, que são consideradas questões estratégicas'', afirmou Bacman.

Com informações do Deutsche Welle e da BBC