Estimular o protagonismo da mulher é tarefa do PCdoB

Com a maior bancada feminina na Câmara Federal proporcionalmente, o PCdoB incentiva que os quadros femininos assumam posições-chave nas diversas esferas de organização.

Emancipação da Mulher - Acervo Vermelho/SP - Railídia Carvalho

O protagonismo da mulher comunista no Estado de São Paulo e nas lutas do PCdoB foi destacado pelos expositores da Conferência Estadual do partido sobre a Emancipação da Mulher, realizada no dia 5 de maio na Assembleia Legislativa. As comunistas cobraram mais apoio do partido e a consolidação do movimento de mulheres como fator estratégico na construção de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento.

Apesar dos avanços, foi unânime entre os convidados a constatação de que velhos obstáculos ainda persistem no caminho da ampliação da participação feminina nos espaços de poder. E o dever de casa começa dentro do partido. O vereador Jamil Murad foi o primeiro a falar, representando a presidente do Comitê Estadual Nádia Campeão. Ele lembrou o esforço de João Amazonas que estimulava no partido a discussão pela participação plena da mulher na sociedade.

“O Brasil perdeu muito quando cerceou a participação da mulher”, disse Jamil que lembrou as trajetórias de Olga Benário e Elisa Branco. “Olga foi vítima dos nazistas enquanto Elisa foi presa por estender faixa contrária a participação do Brasil na guerra da Coréia. As mulheres sempre se posicionaram no partido”. Wander Geraldo declarou que é preciso que os homens do partido se conscientizem que a emancipação da mulher é um tema fundamental para chegarmos a uma sociedade mais avançada sem preconceito e opressão. “É uma questão de conduta cotidiana dos comunistas e não apenas em fóruns e conferências”, destacou.

A deputada Leci Brandão elogiou a preocupação do partido em estimular a presença da mulher nos espaços de poder. “É importante reafirmarmos um socialismo que considere o recorte de gênero e raça”, disse. Leci ainda cobrou do poder público estadual a discussão acerca de uma secretaria voltada para as questões da mulher. A deputada tem recebido a visita de várias candidatas do partido na Assembleia Legislativa. "O nosso gabinete está de portas abertas", disse Leci.

Maria José Jandreice, a Majô, do PCdoB de Bauru, comemorou o esforço bem sucedido da organização da Conferência em trazer representantes de regiões distantes da Capital. “A delegação de Marilia chegou as 6 da manhã na Assembleia mas está valendo o esforço que valoriza a primeira caminhada para formarmos a UBM”, lembrou.

Ana Martins completou que as mulheres vivem hoje um momento especial em que o partido comemora 90 anos colaborando para a visibilidade do movimento de mulheres e por termos uma mulher na presidência. “É um fato que contribuiu para melhorar a auto-estima da mulher, para que compreendamos que o empoderamento é necessário. Sem as mulheres não construiremos o socialismo. Sem as mulheres a sociedade não avança.”

O pré-candidato do PCdoB a prefeitura de São Paulo, Netinho de Paula, disse que tem aprendido muito com o movimento de mulheres do PCdoB. “Foram as mulheres do partido que me deram a oportunidade de aprender, dialogar e de poder falar sobre temas importantes para o movimento”. Segundo ele, somente num partido como o PCdoB teríamos a presença de um negro, comunista disposto a concorrer à prefeitura da maior cidade do Brasil. “E a presença das mulheres é fundamental nesse desafio”.

Rozina Conceição, coordenadora estadual da UBM, disse que apesar dos 90 anos o PCdoB tem renovado suas práticas sempre em sintonia com o perfil revolucionário. “Tem uma cara muito jovem e tem sido um aprendizado que nenhuma faculdade te dá”, definiu. Ela lembrou da responsabilidade que é estar a frente da UBM que completará meio século de vida. “As mulheres estão se afirmando a cada 8 de março, na integração entre a capital e o interior, nas conferências, encontros. A UBM tem sido esse espaço de mobilização que precisa de apoio para ser fortalecida.”, concluiu.

De São Paulo, Railídia Carvalho