Paramilitares colombianos foram procurados para derrubar Chávez

O ex-chefe do grupo de paramilitares Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), Salvatore Mancuso, revelou, nesta sexta (11) que os generais e políticos venezuelanos procuraram a organização com o objetivo de criar uma estrutura semelhante no país e derrubar o presidente Hugo Chávez.

De acordo com Mancuso, em "algum momento", este grupo de venezuelanos – que ele não identificou – contactou o chefe paramilitar Carlos Castaño (assassinado em 2004), com a intenção de criar um bloco paramilitar no país vizinho.

"Chegaram algumas pessoas interessadas ​em formar as Autodefesas na Venezuela, para dar um golpe de Estado contra o presidente Chávez, mas a intenção não era matá-lo", disse Mancuso, nos Estados Unidos, em uma entrevista à Rádio Caracol.

Segundo o ex-chefe paramilitar, os generais e políticos que os contactaram pretendiam estabelecer um novo regime na Venezuela através de um golpe. "Eles queriam formar um bloco que combateria as incursões da guerrilha em seu território, por isso requeriam instruções militares e, com isso, pretendiam derrubar Chávez", afirmou.

Segundo Mancuso, todas estas revelações foram feitas em seu momento, dentro do controvertido processo Justiça e Paz, marco jurídico promovido pelo governo do ex-presidente Alvaro Uribe para a desmobilização das AUC.

Recentemente, o diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional na Venezuela (Sebin), Miguel Rodriguez, lembrou os oito anos da prisão de 160 paramilitares colombianos na quinta Daktari em El Hatillo, a leste de Caracas.

Na época, esses homens, de acordo com as evidências coletadas, tinham a intenção de implementar um plano para desestabilizar a Venezuela, através da execução de um golpe de Estado contra Chávez.

A Mancuso, extraditado para os EUA em 2008, é creditada a autoria do massacre de Mapiripán, que matou 20 camponeses indefesos, e o de El Aro, no qual outras 15 pessoas foram mortas.

Ele também é acusado do massacre de Gabarra, em 1999, onde 35 pessoas foram assassinadas, e pela marança de El Salado, em 2000, com mais de 100 civis mortos.

Em diversas ocasiões, ele admitiu que o Bloco Catatumbo das AUC, que ele comandava, foi o responsável pela morte de cinco mil pessoas e que sua estrutura havia se infiltrado em todos os ramos do governo.

Fonte: Prensa Latina