Farc anunciam que vão liberar jornalista francês

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) anunciaram neste domingo (13) sua disposição de entregar o jornalista francês Romeo Langlois.

Em uma declaração pública divulgada em Bogotá, o Secretariado do Estado-Maior Central das Farc-EP sublinha que para garantir ainda mais sua vida e integridade, propõem entregá-lo em um lugar seguro a uma comissão formada pela Cruz Vermelha Internacional, a senadora Piedad Córdoba e um delegado pessoal do novo presidente da França, François Hollande.

"Apreender no meio de um combate uma pessoa que em uma operação militar veste uniforme do inimigo e o acompanha, em nada fere nosso preciso compromisso. Só uma visão francamente tendenciosa pode considerar isto um sequestro", enfatiza o texto.

A nota recorda que em 27 de fevereiro último as Farc-EP comunicaram oficialmente que nunca voltariam a realizar detenções de pessoas com fins financeiros.

"É cada vez maior o número de pessoal militar e paramilitar estadunidense ou a seu serviço que intervém na guerra civil colombiana, e os comandos militares se ufanam de usar pessoas infiltradas e espiões para assestar-nos golpes severos", indica o texto.

"É evidente", acrescenta o documento, "que em casos como este, as Farc-EP têm pleno direito de prender e investigar, seja um nacional ou um estrangeiro".

"O caso de Langlois é ideal para mostrar o papel que os grandes meios de comunicação desempenham na ordem social imposta pelo grande capital, que antes de informar e promover o pensamento livre, a grande imprensa tergiversa a realidade para converter em única verdade a versão de seus patrocinadores", diz o texto.

"Há dois anos, os jornalistas Hollman Morris, Leonardo Acevedo e Camilo Raigoza foram arbitrariamente detidos pelo Exército em Caquetá, quando de modo independente cobriam a entrega de dois prisioneiros de guerra. Vestiam trajes civis e até o presidente da República os acusou de propagandistas das Farc-EP. A grande imprensa se mostrou totalmente indiferente com eles", pontua a nota.

"Uma vez livre, o jornalista Langlois poderá terminar de cumprir o papel esperado pelo governo da Colômbia, suas forças militares e os grandes meios de comunicação", diz o texto.

"Do contrário, poderá permanecer fiel à sua consciência e contar a verdade; se for este o caso, poderia ser que os mesmos que hoje exigem sua liberdade imediata se aborreçam com ele até o ponto de destruí-lo por completo", conclui o comunicado.

Prensa Latina