Socorro: povos da AL têm avançado no fortalecimento da paz

Representantes do Conselho Mundial da Paz (CMP) se reuniram em Caracas, na semana passada, para avaliar a atuação da organização nos últimos quatro anos no continente americano. Entre as principais ameaças à paz em nosso continente, está a intensificação das agressões imperialistas e dentre elas, as ameaças à República Bolivariana da Venezuela, como destacou a presidente do CMP, Socorro Gomes, em entrevista ao Vermelho.

Por Vanessa Silva

Fundado em 1949, o CMP reúne mais de uma centena de nações e cerca de 150 organizações. Atualmente, a principal ameaça ao continente está na instalação de bases militares no Chile, além da presença da 4ª Frota dos Estados Unidos no Oceano Atlântico e a ingerência imperialista nos assuntos internos dos países, destaca Socorro.

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A também presidente do Cebrapaz, no entanto, ressalta que os povos do continente “têm avançado no fortalecimento da consciência, independência e paz”.

Lutas pela paz na AL

A ativista destacou a preocupação dos integrantes do CMP com a manobra da oposição venezuelana que tenta criar o caos no país para desestabilizar a campanha do atual presidente Hugo Chávez à reeleição em outubro. “Denunciamos também a resistência [da Inglaterra] de sentar-se à mesa de diálogo para discutir a soberania do povo argentino sobre as Malvinas”, disse.

A Colômbia também recebeu atenção especial: “Tiramos uma moção de apoio ao povo colombiano pela construção da paz e contra a perseguição de camponeses e lideranças populares e denunciamos os assassinatos”. A criação da Marcha Patriótica foi considerada pelos participantes como “um grande avanço” na direção da paz naquele país. Por fim, “denunciamos as ameaças à ex-senadora Piedad Córdoba, que é uma valente lutadora pela paz na Colômbia”, pontuou Socorro.

Desmantelamento da Otan

Um tema caro à paz mundial é o desmantelamento da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan), “que é uma organização agressiva, de ataque à soberania e aos povos, com uma concepção de ingerência em todo o mundo.” Como exemplo, Socorro recorre aos recentes fatos no Oriente Médio com “o que tem acontecido em todo o Oriente Médio e norte da África com a Otan atacando os países”.

Durante a reunião também foi aprovada a participação do CMP em Chicago, nos Estados Unidos, entre os dias 18 e 20 de maio, em uma manifestação contra a Otan, quando haverá um encontro dos governos que integram a Organização.

“Vamos fazer uma manifestação de rua contra as agressões da Otan e seu desmantelamento. Junto com movimentos de paz dos EUA, que inclusive estavam presentes nesta reunião”, anuncia a presidente. “Milhares de pessoas são esperadas. Na última, em Portugal, tinha 30 mil pessoas contra a Otan. Esperamos que esta seja ainda maior”.

Encontro mundial

A reunião realizada em Caracas foi preparatória para a assembleia que ocorrerá em julho no Nepal. Todos os continentes, com exceção do africano, já realizaram seus balanços. Em Katmandu “vamos fazer a avaliação mundial, traçar nosso [próximo] plano de luta e eleger a nova diretoria”.