Estudantes chilenos continuarão protestos por educação

Os porta-vozes da Confederação de Estudantes do Chile (Confech) ratificaram nesta quarta-feira (23) a continuação das mobilizações no mês de junho, por causa da falta de resposta do governo para suas demandas.

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No dia 9 de junho está anunciada uma nova assembleia da Confech, onde será fixado o cronograma de jornadas de protestos em repúdio a mensagem do presidente Sebastián Piñera na prestação de conta pública anual desta segunda-feira (21).

A dirigente estudantil e vice-presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, Camila Vallejo, disse observar contradições no discurso do mandatário ao referir-se ao tema educacional

“O presidente mentiu para as pessoas quando sustenta a vontade de avançar nas políticas progressivas e não regressivas em maior distribuição do igresso e justamente sua proposta de reforma tributária tende ser completamente injusta”, declarou a líder universitária.

Enfatizou que a maioria da população defende o estabelecimento de um sistema de educação gratuita como a maneira de garantir que o Estado seja responsável de “algo que consideramos um direito e não um bem de consumo”.
 
Reforma tributária

O mandatário afirmou, na terceira prestação de contas de seu mandato, que o projeto de reforma tributária busca financiar “de forma séria e responsável” a reforma educacional, orientada pelo aumento do subsídio educacional, as bolsas para os estudantes e os salários dos professores.

Descartou educação gratuita para todos e alegou que “ num país com tantas carências e desigualdades como o nosso, não nos parece justo que o Estado, com os recursos de todos os chilenos, financie a educação dos mais favorecidos”

A respeito do assunto o presidente do Partido Comunista, Guillermo Teillier, argumentou que se as classes privilegiadas do Chile pagassem realmente os impostos, poderia haver educação gratuita para todos. As organizações sociais e a oposição política estimam que o projeto de reforma tributária impulsionada pelo Executivo está pensada para beneficiar aos mais ricos do país.  

Fonte: Prensa Latina