Movimento estudantil se reúne com Patriota para discutir Rio+20

Como será a participação da juventude na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Para acertar os detalhes sobre o assunto, o movimento estudantil se reuniu nesta sexta-feira (25) com ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, em Brasília (DF).


Luana Bonone, Daniel Iliescu, O ministro Patriota e Manuela Braga / foto: Agência Brasil

Estiveram presentes no encontro Luana Bonone, presidenta da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG); Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE); e Manuela Braga, presidenta da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes).

A opinião conjunta das três entidades, explicitada ao ministro, é de que o desenvolvimento do Brasil precisa contemplar, harmonicamente, três dimensões: econômica, social e ambiental.

“O desenvolvimento do país deve estar a serviço da melhoria das condições de vida de seu povo. Estamos convencidos de que é possível fazer isso preservando o meio ambiente. Esperamos que a Rio+20 seja, de fato, um momento em que a sociedade e os governantes se debrucem acerca de que tipo de desenvolvimento queremos”, pontuou Luana Bonone, presidenta da ANPG.

"Teremos uma forte atuação com a juventude na Cúpula dos Povos, que acontece paralelamente. Mas também queremos estar na Rio+20, como no espaço Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, que faz uma ponte entre governos e a sociedade", explicou Luana Bonone ao Vermelho.

A agenda da juventude brasileira e latino-americana será cheia durante a Rio+20. A Organização Latino Americana e Caribenha de Estudantes (OCLAE) e a Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) realizarão um Seminário e a UNE o seu 60º Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg).

Além de debater temas relacionados ao desenvolvimento sustentável, o fórum terá a finalidade de elaborar uma plataforma política a ser apresentada à sociedade. Serão mais de 500 estudantes reunidos para discutir temas como educação saúde, meio ambiente, ciência e tecnologia, mobilidade urbana, entre outros, e formular o “Projeto UNE Brasil+10”, fruto da Caravana que leva o mesmo nome e que vem percorrendo o país desde março. .

Ciência sem Fronteiras

A ANPG aproveitou a oportunidade para entregar ao ministro um documento em que expõe sua opinião sobre o Programa Ciência Sem Fronteiras (CsF), dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e Educação. Lançado em julho de 2011, a meta do programa é oferecer 100 mil bolsas de estudo no exterior até 2015 para estudantes de graduação e pós-graduação.

O documento entregue ao ministro Patriota tem como base a Resolução sobre o Programa Ciência sem Fronteiras elaborada pelos participantes do 38º CONAP da ANPG, em agosto do ano passado. Entre os trechos do documento, destaca-se a crítica da ANPG a medidas de cunho pontual: “um programa dessa natureza, que pretende voos tão promissores e investimentos da ordem de 3 bilhões de reais, deveria vir acompanhado também de medidas de fortalecimento do Sistema Nacional de Pós-Graduação e do Sistema de Ciência e Tecnologia nacionais”.

O documento também contém uma proposta da ANPG que tem como sentido ampliar o alcance do Programa CsF. “Pensamos que a oportunidade de intercâmbio cultural oferecida pelo programa deve extrapolar a experiência individual e contribuir para um posicionamento estratégico e altivo do Brasil diante do mundo. Assim, seria salutar para a universidade que estabelecer convênio com o Brasil e também para a disseminação da cultura nacional a exigência de projetos que favoreçam a difusão da cultura brasileira em cada universidade conveniada.”

Segundo Luana Bonone, o ministro foi bastante receptivo à iniciativa da ANPG em se colocar à disposição para acompanhar a implementação do CsF e colaborar com sua avaliação e aprimoramento.

“Outra reivindicação nossa, de inclusão de mais países do hemisfério no Sul nas ofertas de vagas de intercâmbio, já está acontecendo e será ainda mais incentivada, nas palavras do próprio Ministro”, destacou Luana.

A Rio+20 acontece 20 anos depois da Eco-92 e tem como objetivos: renovar o compromisso político para o desenvolvimento sustentável, avaliar os progressos realizados até a presente data, e minimizar as lacunas existentes na implementação dos resultados alcançados fora das conferências principais sobre o desenvolvimento sustentável.

Pretende ainda chamar atenção para os novos desafios emergentes. Os temas centrais da Rio+20 serão dois: a chamada economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável. Mais importante, porém, é que se espera que a Rio+20 defina a nova agenda política internacional para o desenvolvimento.

Da redação, com informações da ANPG