Marcha das Vadias reúne mais de 3 mil em Brasilia

Cerca de 3 mil pessoas compareceram à Marcha das Vadias, sábado, 26,
em Brasília, segundo dados dos organizadores do protesto e da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). A quantidade de manifestantes foi aproximadamente cinco vezes maior do que a da marcha do ano passado.

Marcha das Vadias reúne mais de 3 mil em Brasilia - Alexandre Martins

Munidos de buzinas, tambores, cornetas, cartazes e com palavras de ordem, os manifestantes alertaram a sociedade para a violência e o abuso sexual contra mulheres.
Na página do protesto no Facebook, principal meio pelo qual a Marcha das Vadias foi organizada, foram enfatizadas questões como a dignidade das mulheres, a divisão de tarefas domésticas, o direito à amamentação em público, a transexualidade e a homossexualidade feminina.
“Essa marcha luta pelo fim da violência física, sexual, psicológica e simbólica contra as mulheres”, disse a antropóloga Júlia Zamboni, 29 anos, que participou da organização da marcha desde a primeira edição, no ano passado.
A secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amância, esteve na manifestação e explicou que a questão deve ser discutida nas escolas para que não haja “revitimização” – processo em que as mulheres sofrem violência e ainda são culpabilizadas pelo abuso.
O grupo iniciou a caminhada próximo à Rodoviária de Brasília, por volta das 14h30. Os participantes ocuparam as plataformas superior e inferior do terminal de ônibus da cidade, seguiram pelo Eixo
Monumental até o acesso à W3 Norte.

A Marcha das Vadias ganhou este ano caráter nacional e ocorreu simultaneamente em mais de 20 cidades do Brasil e do mundo, inclusive
em Toronto, no Canadá – onde a Slut Walk (Marcha das Vadias, em inglês), teve origem, em protesto à declaração de um policial que afirmou que mulheres que não quisessem ser estupradas deveriam evitar vestir-se como vadias.
Entre as cidades brasileiras com a marcha programa estavam Rio de
Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, São Carlos (SP) e Sorocaba (SP).