Mais proteção às mulheres na Ceilândia

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios instalou, nesta quarta-feira, o 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher em Ceilândia.

Mais proteção às mulheres na Ceilândia

Durante a solenidade de instalação, o Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, Desembargador João de Assis Mariosi, em seu pronunciamento ressaltou que cerca de cinco mulheres por mês morrem por causa da violência doméstica em Ceilândia, e em todo o país são cerca de duas mulheres por hora. Segundo ele, "são dados inquietantes" e mostram que no Brasil as mortes superam o Paquistão.

Ele ainda afirmou que não estava entusiasmado ao instalar mais um juizado voltado para resolver as questões referentes à violência doméstica e familiar contra a mulher, porque essa era uma demonstração de que não há paz nos lares. Para ele, isso ocorre porque "o lado pedagógico não existe". "O Estado é um grande vilão", disse o Desembargador, "somos todos contribuintes da União que não dá meios de subsistência à família, e daí surge a violência, que vem por falta de educação e oportunidade de se viver em sociedade".

A Diretora do Fórum José Manoel Coelho, em Ceilândia, Juíza Zoni de Siqueira Ferreira, afirmou que a instalação do 2º Juizado é uma demonstração do "respeito e valorização" que o TJDFT dá às mulheres.
Segundo ela, naquela unidade administrativa são cerca de 600 mil habitantes, e pouco mais de 50% são mulheres. Para marcar a data, ela homenageou as mulheres pedindo que fossem distribuídas rosas aquelas que estavam presentes à solenidade.

O Corregedor da Justiça do DF, por sua vez, Desembargador Dácio Vieira, afirmou que a instalação do juizado além de ser uma garantia de proteção às mulheres era uma proteção e segurança para toda a
família de Ceilândia. Na solenidade, o Hino Nacional Brasileiro foi interpretado pelo professor de saxofone Luís Fabrício Ferreira, um dos moradores mais antigos de Ceilândia, que após o evento, enquanto as instalações eram visitadas, tocou várias músicas.

O 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher terá como titular o Juiz Daniel Carnacchioni.

Desde a edição da Lei Maria da Penha, em setembro de 2006, até o final de 2011, o TJDFT recebeu cerca de 35 mil processos (inquéritos e termos circunstanciados) e apreciou mais de 40 mil pedidos de medidas protetivas.