Argentina oferece recompensa para achar repressores da ditadura
As autoridades da Argentina anunciaram o pagamento de recompensas, que variam de 100 mil dólares a 300 mil dólares, por informações que ajudem a capturar 33 pessoas acusadas de violações de direitos humanos durante a ditadura militar no país (1976–1983).
Publicado 04/06/2012 13:08
Na semana passada, foi preso Miguel Angel Chiarello considerado um dos principais fugitivos entre os que atuaram no regime ditatorial argentino.
Na relação de chamados repressores que colaboraram com a ditadura, estão Juan Miguel Wolk, que conseguiu escapar da prisão domiciliar, Juan Francisco Del Torchio, Daniel Eduardo Cardozo, Horacio Jorge Paez, Juan Carlos Coronel e Eduardo Daniel Vic. Todos são acusados de crimes contra a humanidade.
As buscas envolvem diferentes províncias da Argentina, assim como autoridades do Ministério Público e de tribunais de primeira instância. Na relação de procurados há pelo menos uma mulher, Ana Maria Rosario Grimaldos, acusada de sequestrar uma criança durante o período.
Na Argentina, são numerosos os casos de sequestros de crianças e bebês recém-nascidos, filhos de pessoas contrárias ao regime autoritário, de quem até hoje não se tem notícia. Um dos movimentos mais atuantes no país é o liderado pelas Mães e Avós da Praça de Maio – que representa as familiares dos desaparecidos.
A Conadep (Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas da Argentina), vinculada ao governo, estima que cerca de 9 mil pessoas desapareceram durante a ditadura no país. No entanto, ONGs (organizações não governamentais) humanitárias calculam que os números chegam a 30 mil pessoas.
Em geral, de acordo com as autoridades argentinas e as ONGs, o perfil dos desaparecidos e mortos durante a ditadura era de jovens com menos de 35 anos, operários ou estudantes, detidos à noite.
Fonte: Agência Brasil