Associação de imprensa do Líbano rechaça bloqueio a TVs sírias

O Sindicato dos Editores de Imprensa libaneses rechaçou nesta quarta-feira (6) o chamado da Liga Árabe às empresas de comunicação satelital Arabsat e Nilesat para que bloqueiem a transmissão de canais de televisão da Síria.

Um comunicado difundido em Beirute fez um chamado às duas organizações de satélites árabes a que ignorem a exigência feita no sábado (2) a partir de Doha, Catar, pela entidade pan-árabe para vetar a "transmissão dos canais satélites sírios, tanto os oficiais como os não oficiais".

"Estamos irritados com esta decisão e a rechaçamos porque é um perigoso precedente que atinge o direito de se expressar pontos de vista diferentes", ressaltou o sindicato em uma nota dirigida à companhia Arabsat (baseada na Arabia Saudita) e Nilesat (egípcia).

A instituição libanesa intimou a Liga Árabe (LA) a retificar sua posição e "não se envolver nas lutas políticas", ao mesmo tempo em que sublinhou que ao adotarem o bloqueio sugerido contra a Síria "atacariam outros meios de imprensa em diferentes países".

Por seu lado, o Conselho Nacional de Meios Audiovisuais no Líbano também criticou a solicitação feita pela LA em Doha, provavelmente sobs pressões do país anfitrião e da Arábia Saudita, porque essa petição "ameaçou os meios árabes".

"Recordamos a Arabsat e a Nilesat que se responderem a este chamado desistirão de seu profissionalismo e neutralidade. (Caso aceitam implementar a solicitação) eles se converterão em um órgão político para reprimir as liberdades", alertou o Conselho em outro comunicado.

A capital catariana acolheu no sábado (2) uma reunião de emergência do comitê ministerial da LA sobre a Síria, presidido pelo secretário geral da organização, Nabil Arabi, e pelo premiê e chanceler desse emirato, xeique Hamad bin Jassim bin Jabor Al Thani.

O encontro também contou com uma intervenção do enviado especial da ONU e da entidade pan-árabe para a Síria, Kofi Annan, que defendeu seu plano de paz diante do boicote solapado de Doha e Riad, junto a outras nações do Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico.

Fonte: Prensa Latina