Ilhas Malvinas terão plebiscito em 2013 sobre soberania
As Ilhas Malvinas celebrarão na primeira metade de 2013 um referendo sobre sua soberania para definir a situação política do arquipélago, reclamado pela Argentina, segundo informaram nesta terça-feira fontes oficiais do território sul-americano.
Publicado 12/06/2012 18:41
"Realizaremos o plebiscito não porque tenhamos alguma dúvida de quem somos e de qual futuro queremos, mas para mostrar ao mundo o quanto estamos seguros sobre isso", declarou em um comunicado o presidente da assembleia legislativa local, Gavin Short.
Os kelpers, como se definem os moradores das ilhas, são os descendentes dos britânicos acantonados nas ilhas após a expulsão forçada em 1833 dos argentinos que moravam no arquipélago.
Assim, é muito provável que o tal referendo simplesmente reafirme a condição dos malvinenses como "fiéis súditos" da monarquia europeia, tal como se refere Short em suas declarações em Port Stanley.
Após a divulgação da notícia, o premiê britânico, David Cameron, afirmou em uma declaração escrita que Londres "respeitará e defenderá" o resultado do plebiscito, ao mesmo tempo que confia que a ONU aceite "a decisão dos ilhotas sobre como querem viver".
Tudo isso ocorre a dois dias dos 30 anos do fim da Guerra das Malvinas, travada entre o Reino Unido e a Argentina, cujo direito sobre as ilhas é enormemente respaldado por razões históricas, geográficas e políticas, além de contar com o apoio dos Estados latino-americanos.
Na próxima quinta-feira, a presidenta argentina, Cristina Fernández, defenderá mais uma vez diante do Comitê de Descolonização da ONU a soberania de seu país sobre o disputado arquipélago.
Históricamente, o Reino Unido recusa a possibilidade de conversar sobre a situação das Malvinas, ao mesmo tempo que violou cerca de 40 resoluções da ONU, destinadas a estabelecer um diálogo cordial na busca por uma solução diplomática ao litígio com a nação da América do Sul.
Apesar de recentemente ter declarado que não considera a Argentina uma ameaça militar, o governo britânico quadruplicou seu poderio naval no Atlântico Sul como o enviu de um de seus navios mais modernos, o destróier HMS Dauntless, equipado com mísseis de antiaéreos de alta tecnologia Sea Viper.
A três décadas do confronto bélico que tomou a vida de 649 argentinos e 255 britânicos, Londres mantém cerca de 1,7 mil soldados estacionados no território do Atlântico Sul, um lugar que tem pouco mais de 3 mil habitantes.
Fonte: Prensa Latina