Venezuela lança programa para combater volência

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou um novo programa social, chamado "Gran Missión a toda Venezuela", para combater o problema da insegurança no país, que ele relaciona com a pobreza extrema.

"Podemos ver que, entre os dez países com a taxa mais alta de homicídios, oito são latino-americanos, e a Venezuela é o quinto, mostrando-nos, da análise humanística que, na Venezuela, não bastam apenas missões sociais para diminuir os índices de violência criminal", observou.

Ele destacou, em cadeia de rádio e televisão, que "a principal causa da insegurança, que aumentou nos anos 1980, é a pobreza extrema que reinava no país durante o passado".

Apesar de reconhecer o alto índice de violência, um dos motivos pelo qual é criticado, Chávez defendeu que seu governo "não deixou de atender o tema da insegurança nem um minuto desde que se iniciou este processo revolucionário em 1999".

"Assim como nós do governo devemos reconhecer que este é um problema grave, é um problema incontestável, também devemos dizer que é incontestável o manejo antiético e politiqueiro que a direita venezuelana faz sobre esse problema", disse Chávez, atacando a oposição, que faz uso político da violência.

O novo programa social destinará mais de 74 milhões de bolívares (cerca de R$ 35 milhões) a 79 municípios com altos índices de violência para a criação de orquestras infantis e juvenis, escolas audiovisuais e ambientes acadêmicos, entre outros. O orçamento total do projeto soma 287 milhões de bolívares (cerca de R$ 135 milhões).

Com uma taxa oficial de 48 assassinatos para cada 100 mil habitantes em um país com 28,9 milhões de pessoas, segundo os dados preliminares do censo 2011, Chávez anunciou que sua estratégia, caso seja reeleito, se baseará na política de prevenção e no fortalecimento dos órgãos de segurança.

Ele também mencionou a transformação do sistema judicial penal e a criação de mecanismos alternativos de resolução de conflitos; a modernização do sistema penitenciário; a atenção às vítimas da violência e a "criação e socialização" do conhecimento para a segurança.
Segundo o presidente, 400 juízes já estão preparados para criar tribunais municipais, que devem entrar em funcionamento em 1º de janeiro de 2013 nos 79 municípios venezuelanos que "concentram mais de 80% da criminalidade nacional".

Para o ministro de Interior e Justiça, Tareck el Aissami, a missão é diferente de outros projetos de combate à violência implantados na Venezuela porque não é "nem reacionária nem repressiva" e aborda o problema da insegurança de forma "preventiva e humanista".

Com agências