Cuba retira embaixador do Paraguai; Raúl fala em golpe disfarçado
Cuba anunciou nesta terça (26) a retirada de sua representação diplomática do Paraguai. A chancelaria da ilha informou que não reconhece o governo instaurado após um golpe de Estado parlamentar contra o presidente Fernando Lugo. Na véspera, o cubano Raúl Castro já havia afirmado que os golpes de Estado voltaram à América Latina, mas "disfarçados", e que os últimos eventos no continente não o surpreendem.
Publicado 26/06/2012 16:45
Uma nota do Ministério de Relações Exteriores de Cuba aponta que a decisão corresponde à postura de "não reconhecer autoridade alguma que não emane do sufrágio legítimo e do exercício da soberania por parte do povo paraguaio. Deste modo, se procedeu a retirada do embaixador cubano em Assunção, que deverá chegar à ilhanas próximas horas".
Nos últimos dias tem aumentado na região a condenação ao golpe de Estado parlamentar contra o presidente constitucional da nação sul-americana, Fernando Lugo.
Nesta segunda, o presidente cubano, Raúl Castro, disse que voltaram os golpes de Estado no continente, mas disfarçados. "Anos atrás, eu refletia com Fidel Castro e comentava que, no dia em que os interesses dos EUA se virem ameaçados neste continente, voltariam os golpes de Estado", disse.
"Com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, se desesperaram e apelaram a um golpe militar, foi destituído, mas o povo o salvou e fracassaram", assinalou.
Raúl destacou a importância de meios de comunicação como a Telesur para a divulgação da história, das raízes culturais e de informações, cujo conhecimento é de vital importância para o fortalecimento dos nossos países como uma só nação, como deve ser no futuro, e não globalizados sob o mandato ianque.
"Já naquela época, o golpe era um método tão desprestigiado, que surgem outros mecanismos como os das liberdades democráticas e dos certificados de boa conduta concedidos por Washington", disse o presidente cubano.
Em 23 de junho, o Ministério das Relações Exteriores emitiu uma declaração na qual manifestou que fatos como o ocorrido no Paraguai pretendem frear os processos de mudança progressistas e de genuína integração latino-americana e caribenha em "Nossa América".
De acordo com o texto, o golpe se soma à larga lista de atentados contra a autodeterminação dos povos latino-americanos, smepre realizados por oligarquias com a autoria, a cumplicidade ou tolerância do governo dos EUA.