Quadro é incerto no Paraguai a dez meses da disputa presidencial
A história política do Paraguai é marcada por avanços e recuos, além de uma das ditaduras mais longas das Américas, a comandada pelo general Alfredo Stroessner – que durou 34 anos, acabando em 1988. Em 2008, o país elegeu o ex-bispo Fernando Lugo, que prometeu reforma agrária e melhorias sociais. Com o impeachment de Lugo na última sexta-feira (22), o quadro de incertezas predomina no país a dez meses das eleições gerais.
Publicado 26/06/2012 11:36
O impeachment de Lugo não o impede de concorrer às eleições. Pela Constituição, ele preserva todos os direitos políticos, portanto, não há limitações legais à sua candidatura. No entanto, a legislação paraguaia proíbe a reeleição, o que não permitirá, por exemplo, que o novo presidente, Federico Franco, tente se manter no poder.
Lugo não confirma nem descarta a possibilidade de se candidatar a um cargo eletivo em abril. Ao ser perguntado ontem (25) sobre o que pretende fazer, ele foi evasivo: “Ainda não se pode definir”. Para analistas políticos, o ex-presidente não se manifesta sobre o futuro porque trabalha com a hipótese de poder retornar ao poder para concluir o mandato.
Em 21 de abril de 2013, todos os cidadãos paraguais de 18 a 75 anos são obrigados a votar. Serão escolhidos o presidente, o vice, 17 governadores e parte dos 45 senadores e 80 deputados federais. Porém, o impeachment de Lugo e o novo governo do presidente Federico Franco geraram uma série de especulações ainda sem respostas.
Pelo cenário atual da política paraguaia, as eleições deverão polarizar as disputas entre os candidatos do tradicional Partido Colorado, que fez oposição a Lugo e ao qual pertencia Stroessner, e o Partido Liberal. Alguns nomes se apresentam como eventuais candidatos para a Presidência da República, mas não há confirmações oficiais.
Os candidatos pelo Partido Liberal são Horicio Cartes, Zacarias Irún e Lilian Samaniego – que é a presidenta da legenda. Pelo Partido Liberal, devem estar na disputa Blás Llano, empresário e ligado ao governo Franco, e Efraim Alegre.
Antecipação?
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, defendeu, nesta segunda (25), a antecipação das eleições presidenciais no Paraguai, como forma de solucionar de certa forma a crise vivida pelo país, após a derrubada do presidente Fernando Lugo.
“O que vamos fazer é procurar que de pronto antecipem as eleições e buscar que o povo paraguaio não sofra, procurando que a linha democrática tampouco se rompa. Vamos buscar que a democracia se mantenha no Paraguai”, afirmou Santos aos jornalistas em Bogotá.
O presidente colombiano fez a afirmação um dia depois de a chancelaria colombiana chamarseu embaixador em Assunção, Alberto Barrantes, para consultas.
Com Agência Brasil e ABC Color