Demolições de casas palestinas cresceram 87% em 2012

Relator da ONU exige fim das destruições e acusa Suprema Corte de Israel de facilitar a ação das autoridades; governo alega que moradias "não têm" alvará da prefeitura. Desde o começo do ano, 330 estruturas palestinas, entre casas, cisternas, estábulos e trechos de estradas, foram demolidas pelo governo israelense sob alegação de serem irregulares.

O número é 87% maior do que no mesmo período de 2011. Os dados foram revelados, nesta quarta-feira, em Genebra, pelo relator Especial das Nações Unidas para a Situação dos Direitos Humanos nos Territórios Palestinos, Richard Falk.

Falk exigiu que o governo israelense suspenda, imediatamente, a demolição das casas e comece a honrar suas obrigações para proteger o direito à moradia dos moradores da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.

Como resultado das demolições, mais de 2,1 mil palestinos foram despejados, entre eles 536 crianças.

Família

O relator da ONU citou o caso do casal Salim e Arabyia Shawarmeh, cuja casa foi destruída cinco vezes nos últimos 14 anos. Segundo ele, "viver sobre a ameaça de ter sua casa destruída não é a melhor maneira de criar uma família".

Falk contou que, no vilarejo de Susiya, na Cisjordânia, 160 pessoas estão ameaçadas de deslocamento de suas casas, "enquanto colonos israelenses aumentam a presença no local."

Ele acusou a Suprema Corte de Israel de facilitar a destruição de casas palestinas, fazendo vista grossa a construção de casas ilegais em assentamentos israelenses na Cisjordânia e em bairros de Jerusalém Oriental.

Israel alega que todas as demolições "são legais" porque as casas são erguidas "sem alvará das prefeituras". Mas os palestinos rebatem afirmando que as autoridades israelenses é que se recusam a emitir os documentos apesar dos pedidos de construção.

Com informações da Rádio das Nações Unidas