Negócio informal impera em Minas

Todo dia Abelardo Sousa Amorim monta sua barraquinha de lanches e vende cachorro-quente, churrasquinho, hambúrguer e espaguete durante sete horas seguidas na porta de uma universidade em Contagem.

Sem registro formal nem garantias trabalhistas, ele fatura R$ 400 por dia, sonha em regularizar o negócio e ajuda a engordar a estatística dos empreendedores informais do Estado. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), 72,5% dos empreendedores mineiros são informais.

Para cada negócio formal em Minas Gerais, há 2,64 informais. A estatística fica mais desfavorável ao trabalho regularizado nas regiões mais pobres do Estado. No Jequitinhonha, há 11,28 empreendedores informais para cada um que se registra.

"Verificamos que os informais têm também a renda menor do que os formais, além de não terem benefícios da previdência e não poderem, por exemplo, pegar empréstimos", diz a analista do Sebrae-MG, Venussia Santos.

Para tentar reduzir esses percentuais, o Sebrae-MG realiza, de 2 a 6 de julho, a Semana do Empreendedor Individual, uma espécie de mutirão para trazer para a formalidade donos de empresas sem sócios, optante pelo Simples Nacional e com receita bruta anual de até R$ 60 mil. Venussia Santos diz que todos os empreendedores informais podem se formalizar, desde que tenham apenas um empregado.

No caso de Abelardo Amorim, virar um empresário formal seria a realização de um desejo antigo. Além dele, outros três irmãos também vendem lanches pelas ruas. "Todo mundo irregular, mas seria muito bom trabalhar com tudo acertado", diz ele, que nunca ouviu falar de programas como o Microempreendedor Individual, que já formalizou 266 mil pessoas em Minas em 2012, mas pretende se informar sobre a possibilidade.

Fonte: Jornal O Tempo