Farc reitera: "a nossa luta continuará"
Reagindo à declaração do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que a 11 de Junho garantiu que a única solução para o conflito no país era a capitulação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército Popular, "sob as nossas condições e domínio", disse, o Secretariado do Estado Maior das Farc-EP lamentou que o único acordo de paz que Santos admita seja "um contrato de adesão, no qual uma guerrilha arrependida e chorosa se renda de joelhos ao grande capital".
Publicado 06/07/2012 11:39
No texto, divulgado no passado dia 22 de Junho, as Farc-EP qualificam o comportamento do presidente de"«soberba elitista", demonstrando uma "atitude oligárquica que pretende centrar o debate na questão de saber se o Comandante das Farc-EP pode ou não ser congressista", como se estivesse em causa "a inclusão da luta do povo colombiano e da sua guerrilha no regime político apodrecido".
O Secretariado das Farc sublinha ainda que "a solução política para o conflito colombiano é parte inseparável do nosso acervo ideológico e político, e não produto de nenhuma pressão militar", e garante que a guerrilha é "a expressão do povo colombiano em armas", por isso "continuam e continuarão a combater até que desapareçam as causas que estão na origem e perpetuação do conflito e da luta".
"O que o regime pretende à custa das Farc-EP e dos direitos das imensa maioria dos colombianos é legitimar o seu modelo terrorista de Estado, apagar a horrível e longa noite de crimes, durante a qual o grande capital e os latifundiários, representados no poder político, acumularam fortunas e propriedades".
"O extraordinário esforço de Santos para entregar em lotes o território nacional às corporações mineiras e agro-industriais, o seu desprezo pelas condições de vida das comunidades e pelas condições laborais dos trabalhadores colombianos, os reiterados privilégios atribuídos ao grande capital em prejuízo do equilíbrio ambiental e da produção nacional foram convertidos em dogmas sagrados".
As Farc-EP sublinham ainda que "o regime político e o domínio econômico e social do país requerem profundas reformas", e propõem "um debate aberto e democrático com todas as forças", fórum no qual têm de ser discutidos "os interesses hegemônicos do grande capital transnacional, o livre comércio, as privatizações, a flexibilização das relações trabalhistas, a abertura de todos os sectores ao investimento estrangeiro direto", isto é, não pode ser intocável "a mais pura ortodoxia neoliberal no campo econômico que requer, para se impor, o absoluto domínio ideológico e cultural no campo político".
Fonte: Avante!