Juazeiro: ampliação de biofábrica ajuda no combate à dengue

A tecnologia que promove o controle da dengue será desenvolvida na nova Unidade de Produção de Aedes Transgênico (UPAT) no município de Juazeiro, na Biofábrica Moscamed Brasil, inaugurada no último sábado (7/7). A inauguração da nova UPAT contou com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e os secretários estaduais da Saúde, Jorge Solla, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmera, e da Agricultura, Eduardo Salles.

O empreendimento contou com investimento do governo do Estado da Bahia de, aproximadamente, R$ 1,6 milhão e visa controlar a transmissão da doença. A unidade possui 720 metros quadrados, distribuídos basicamente em nove áreas.

Os insetos machos são criados em cativeiro, modificados e soltos para transmitir genes que acabam matando a prole. Ou seja, todos os descendentes gerados a partir do mosquito transgênico morrem antes de transmitir o vírus da dengue aos seres humanos.

Os testes realizados por cientistas com mosquitos transgênicos, incapazes de transmitir a doença, já mostram resultados promissores. Nos dois bairros de Juazeiro, onde foram iniciados, em fevereiro de 2011, foi constatado que cinco dias após a soltura dos mosquitos transgênicos pesquisadores recolheram cerca de 20% de ovos transgênicos.

Hoje, mais de 80% das larvas encontradas nas comunidades já não chegam à fase adulta. “Atualmente produzimos 500 mil machos por semana, com a nova unidade a produção passa a ser de quatro milhões semanais e vamos soltá-los largamente tanto aqui quanto em Jacobina, próxima cidade onde vamos trabalhar com as pesquisas”, destaca o diretor-presidente da Moscamed Brasil, Aldo Malavasi.

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o controle da dengue requer ações combinadas. "O combate à dengue exige a combinação de ações, conscientização, controle do vetor e atenção à saúde. Esta é uma nova tecnologia, que pode vir a fazer parte das técnicas já utilizadas no controle da dengue e faz com que o Brasil ocupe espaço para não apenas produzir mosquito da dengue, mas outros tipos de insetos que transmitem doenças no país e no mundo”.

De acordo com o secretário de Saúde do Estado, Jorge Solla, após a fase de testes, o projeto será expandido. "Vamos trabalhar para levar esta tecnologia para municípios com níveis de infestação mais elevados, como Jacobina e Itabuna, onde vai ser possível analisar também em circunstância adequadas. É bom lembrar que estamos ainda em fase de pesquisa e não estamos com utilização rotineira da técnica”.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro
Com informações da Agecom-BA