Senadores julgam nesta quarta-feira cassação de Demóstenes

O Plenário do Senado vota na próxima quarta-feira (11), em sessão marcada para as 10 horas, o projeto que propõe a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). Demóstenes é acusado de ferir o decoro parlamentar ao defender os interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso sob a acusação de crimes como exploração de jogos ilegais e corrupção.

A proposta foi apresentada pelo PSOL e já aprovada, por unanimidade, no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em votação aberta. No Plenário, a votação será secreta e a decisão será por maioria absoluta, ou seja, serão necessários 41 votos – metade mais um dos senadores – para que o projeto seja aprovado.

A discussão sobre o voto secreto levou os parlamentares a aprovarem Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para acabar com o voto secreto em processos de perda de mandato de deputados e senadores, mas ela não valerá para esta votação. A PEC já aprovada pelo Senado, seguiu para análise da Câmara dos Deputados.

O presidente do Senado, José Sarney, em entrevista na última quinta-feira (5), afirmou que o clima na Casa é “bem desfavorável” ao senador Demóstenes Torres. Se Demóstenes for cassado na quarta-feira, de acordo com a Lei da Ficha Limpa, ficará inelegível por oito anos contados a partir do fim do mandato para o qual havia sido eleito, ou seja, só poderá concorrer a um cargo político em 2027. Seu mandato se encerraria em fevereiro de 2019.

Durante quase toda a semana, o senador Demóstenes Torres subiu à Tribuna – sem conceder apartes ou conversar com a imprensa ao encerrar seu pronunciamento – para defender-se. Demóstenes prometeu um discurso por dia até a análise da proposição que pede sua cassação.

Nos discursos, ele se diz vítima de uma campanha difamatória e questionou as escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal e chegou a se desculpar com os colegas que o apoiaram quando surgiram as primeiras denúncias.

Na terça-feira (3), o senador chegou a apelar aos colegas para que não se rendam a “pressões fabricadas”, pois um dia poderão estar em seu lugar.

Da Redação em Brasília
Com Agência Senado