Russos negam que seus mercenários combatam na Síria

O líder da república autônoma russa da Tchetchênia negou segunda-feira (23) no Twitter que haveriam mercenários tchetchenos combatendo na Síria contra o exército do país a soldo do Ocidente e da rede Al-Qaida.

Emissoras de televisão exibiram reportagens após a tomada de um posto de controle por forças da oposição na fronteira sírio-turca, mostrando um grupo de homens armados sob a bandeira da Al-Qaida.

Esses homens revelaram que voluntários da África do Norte, Arábia Saudita e Tchetchênia combatem na Síria contra Bashar al-Assad. Em seguida, o jornal saudita Al-Sharq informou, citando fontes nos serviços secretos da Jordânia, que o número total de bandidos da Al-Qaida que lutam a favor da "oposição" síria ronda os seis mil homens.

Vladímir Popóv, diretor do Centro de Parceria de Civilizações do Instituto de Relações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, destacou que ainda há um mês fontes americanas afirmavam existir no mínimo 700 mercenários:

“O número cresce a olhos vistos. Esta é uma tendência muito perigosa. Na Síria há muitas minorias étnicas, inclusive curdos e drusos. Há também muitas comunidades pouco numerosas, em particular de cristãos e alauitas. Eles sempre tiveram medo que a tomada do poder pela oposição levasse a uma carnificina. Agora, os seus receios podem justificar-se”.

Não é uma novidade que mercenários combatam na Síria. Existem há muito provas diretas de que estrangeiros lutam do lado da oposição síria integrados nos grupos da Al-Qaida. A declaração de guerra santa a Bashar al-Assad pelo líder da Al-Qaida é um segredo de polichinelo, não duvida Evgueni Satanovski, presidente do Instituto do Oriente Médio:

“Também não é segredo que os 'voluntários', inclusive aqueles que participavam de confrontos na Líbia, são treinados e armados pelo Catar e a Arábia Saudita e enviados para a Síria através da Jordânia e da Turquia", afirma.

"A eliminação de Bin Laden não contribuiu especialmente para coibir a atividade da Al-Qaida, cujas organizações autofinanciadas são capazes de operar independentemente quase por todo o mundo. Neste plano, a Síria é para elas apenas mais uma frente da Jihad universal”, finaliza.

Entretanto, meios de comunicação ocidentais comunicaram hoje, citando fontes americanas, que a administração Barack Obama pretende apoiar mais ativamente a oposição síria, inclusive fornecendo meios de comunicação e dados de reconhecimento.

Do Portal Vermelho, com informações da Voz da Rússia