Líbano descarta zona de tolerância para bandos armados da Síria

Ao pontuar a posição das forças armadas libanesas sobre a guerra entre o exército e os grupos insurgentes sírios, o comandante das Forças Armadas, general Jean Qahwaji, salientou que responderão às ameaças de uma "decisiva e efetiva".

Qahwaji foi contundente ao afirmar em um comunicado nesta segunda-feira que o comando militar do país manterá sua linha contrária a qualquer plano destinado a converter uma área do norte fronteiriço com a Síria em "terra de ninguém", para que operem os adversários de Damasco.
"Nós não vamos permitir que se cumpram os desejos que muitos têm de transformar (o Líbano) no cenário para desagravos (pela crise síria) e estabelecer uma zona neutra fora da autoridade do Estado", assinalou o comandante militar sênior .

Ele disse que as tropas "estarão sempre prontas para assumir plenamente as suas responsabilidades, com base em decisões das autoridades nacionais, e assim contornar as repercussões dos problemas na Síria e proteger os moradores das regiões vizinhas".

De acordo com Qahwaji, o exército libanês não corre risco de divisões como resultado das tensões políticas e, apesar da situação na cidade de Trípoli entre xiitas e sunitas, é "mais coerente e sólido."

A reação do chefe militar seguiu-se a declarações do porta-voz do Partido Democrático Árabe Libanês (PDAL), Ali Faddah, de que Washington pretende criar uma zona de tolerância em Trípoli "para apoiar os terroristas do Exército Livre Sírio" (ELS).

"Não permitiremos", disse Faddah à emissora iraniana Press TV, enquanto criticou a visita de senadores dos EUA, John McCain e Joe Lieberman, em maio do ano passado ao Líbano, depois da qual, disse, a violência sectária na cidade portuária foi ativada.

De acordo com o porta-voz do PDAL, um relatório recente da CIA refere-se ao norte da nação árabe como "o melhor ambiente para criar uma zona neutra" para o ELS, bando armado que o grupo político qualificou reiteradamente de terrorista.

No domingo, a mídia oficial reportou enfrentamentos na fronteira sírio-libanesa entre forças de segurança e grupos de oposição sírios financiados e armados a partir do estrangeiro.

Fonte: Prensa Latina