Chacina da Lapa é tema de reunião da Comissão da Verdade de SP

Eles relatarão suas experiências a fim de contribuir com a elucidação de crimes de tortura, assassinatos e desaparecimentos cometidos por agentes da ditadura militar (1964-1985) na capital paulista.

No dia 16 de dezembro de 1976, agentes militares invadiram casa na Rua Pio XI, 767, na Lapa. Ângelo Arroyo e Pedro Pomar foram assassinatos ainda no local. O militante do PCdoB, João Baptista Drummond, foi levado pelos agentes e morto mais tarde sob tortura. O objetivo dos assassinos era acabar com o núcleo dirigente e, por conseguinte, com todo o PCdoB, que fazia oposição à ditadura e havia organizado a Guerrilha do Araguaia, em que foram eliminados 69 militantes comunistas.

Recentemente, decisão da Justiça mandou que fosse retificado o atestado de óbito de Drummond, dado como atropelado. No documento passou a constar traumatismo craniano encefálico decorrente de torturas físicas."Lembro-me ainda hoje da dor e da revolta que senti ao ler a manchete da Folha de S.Paulo: "Mortos três dirigentes do PCdoB". Dentro, a foto de Pomar, destacado dirigente comunista com quem atuei, não deixava dúvidas de que nossos companheiros haviam sido mortos", diz o vereador Jamil Murad, membro da Comissão Vladimir Herzog.

Na avaliação do vereador, "passadas três décadas e meia daquela ação criminosa, a situação do PCdoB e especialmente do Brasil demonstra que a tática do ódio, da repressão e da eliminação física como instrumentos de manutenção da ordem ditatorial e de destruição dos comunistas fracassou fragorosamente".

Serviço:
Reunião da Comissão da Verdade Municipal Vladimir Herzog
Local: sala Sérgio Vieira de Mello da Câmara Municipal de SP
Viaduto Jacareí, 100 – 1º subsolo
Aberto à população