Manuela promete transformar Porto Alegre na cidade da igualdade

Identificar desigualdades entre raças e propor soluções enquanto políticas públicas é uma das missões da candidata à prefeitura de Porto Alegre, Manuela d’ Ávila (PCdoB). Para desenvolver novos projetos que enfrentem as diferenças raciais e disseminem a cultura de paz, foi lançado, nesta quinta-feira (9), o Comitê da Igualdade Racial da campanha.

manuela inaugura comite da igualdade racial - Dani Barcellos

No evento, que ocorreu na sede da campanha no bairro Floresta, Manuela lançou seis propostas para garantir mais igualdade entre os porto-alegrenses. O espaço funcionará junto ao Comitê Central na Rua Santo Antônio, 64.

– Todos estamos do mesmo lado. Não interessa a cor da minha pele. Mesmo branca, posso ser a prefeita do movimento negro – disse Manuela.

Segundo dados do Censo de 2010, os negros representam 20,24% dos habitantes de Porto Alegre. Quando este cenário é analisado, fica claro que o movimento negro não recebe a merecida atenção por parte da administração atual. Entre eles, está o maior número de vítimas de violência e a menor média salarial. A população segue na espera de soluções do município.

– Não é normal a diferença racial. Não podemos aceitar que morram mais jovens negros do que brancos. Temos de garantir um futuro melhor para todos – afirmou a candidata.
Representantes importantes do movimento negro de diferentes partidos prestigiaram o evento. Entre eles, o presidente estadual do Movimento Negro do PP, José Antônio da Silva.

Durante o lançamento do Comitê da Igualdade Racial, Manuela detalhou ideias para o enfrentamento às discriminações, promoção dos direitos humanos e respeito à diversidade.

Veja as principais propostas para a área:

1) Desenvolver a formação e o treinamento continuado de servidores, incluindo Guarda Municipal, para combater discriminações e promover os direitos humanos.

2) Articular e implementar o Plano Municipal de combate à mortalidade da juventude.

3) Investir nas instalações do Complexo Cultural do Porto Seco (sambódromo), para melhorar os desfiles durante o Carnaval e garantir a utilização desse espaço, durante o ano, com outros eventos culturais. Apoiar o trabalho das escolas de samba, articulando com a cadeia produtiva da Indústria Criativa e instalar a Universidade Popular do Carnaval e outras Artes.

4) Construir a Casa do Hip Hop e descentralizar para mais bairros as atividades da Semana do Hip Hop, fomentando o grafite como expressão da arte urbana.

5) Criar um selo Educação para Igualdade Racial para valorizar as escolas que desenvolvem experiências exitosas no ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, como prevê o Estatuto da Igualdade Racial.

6) Promover ações voltadas à garantia dos direitos e valorização da cultura da comunidade indígena moradora do município.

Estudante de Psicologia emociona plateia

Na abertura, a estudante de Psicologia Liliane Lemos leu um texto que emocionou Manuela e os demais participantes da inauguração. A seguir, veja a íntegra:
Boa Aparência
A cor da minha pele… Não determina minha inteligência, minha honestidade, nem minha capacidade.
A cor da minha pele… Não revela minha formação, meus diplomas, idiomas que falo, ou meu saldo bancário.
A cor da minha pele… Não mostra se estou triste, feliz, se sou católica, evangélica ou ateia.
A cor da minha pele… Não espelha meus sonhos, o que sei, sinto, ou desejo. O que preciso ou pretendo.
A cor da minha pele… Não representa se minhas roupas são caras, limpas e bem alinhadas.
A cor da minha pele… Não afirma que as únicas funções que possa exercer sejam de ama de leite, empregada doméstica, passista de escola de samba ou tampouco objeto sexual para turista deslumbrado.
Pergunto-me até quando a cor da minha pele será determinante para o mercado de trabalho?

De Porto Alegre,
Marciele Brum