UFRJ: Alunos protestam contra volta às aulas no curso de história

Em reunião realizada na última quarta-feira (8), os professores de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiram retomar as aulas do curso nesta segunda-feira (13). A decisão, no entanto, desagradou os alunos.

Greve na história da UFRJ - JB

Cerca de 60 estudantes da universidade ocuparam nesta segunda-feira (13) as escadas de acesso à entrada do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) como forma de protestar contra o retorno das aulas de história ministradas na unidade, por considerar a decisão ilegítima. Uma corrente humana formada por alunos foi montada para evitar a entrada de professores no edifício, que fica no Largo de São Francisco, no centro da capital fluminense.

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De acordo com o site da Veja, a decisão foi tomada em um plebiscito organizado pelos docentes via internet em que 26 professores votaram a favor do fim da manifestação. Nove professores votaram contra o fim da greve e oito se abstiveram.

"Nossa greve ainda está forte e vai continuar. Estamos lutando por melhorias na universidade e questionando os investimentos do governo federal em diversos serviços públicos", afirmou ao site da revista a estudante de história, Priscilla Marques, de 23 anos, que bloqueava o portão de acesso ao prédio .

Segundo ela, o piquete deve continuar ao longo do dia, e somente à noite uma assembleia decidirá os rumos da manifestação. Os estudantes da UFRJ estão em greve há cerca de três meses. Um grupo também ocupa há três semanas o Canecão, antiga casa de shows do Rio que pertence à universidade.

O estudante de história e representante do comando de greve estudantil, Tadeu Alencar, disse à Agência Brasil que a decisão para o ato é resultado da falta de comunicação entre professores e alunos durante o movimento nacional. De acordo com ele, a categoria não marcou reuniões para debates com os estudantes para esclarecimentos sobre o movimento.

“A gente vê esses professores que se dizem preocupados com os alunos, mas o que está acontecendo é uma tentativa de desmonte da greve. Fica claro que eles têm um posicionamento pró-governo”, disse.

Francisco Teixeira, professor titular de História Contemporânea da UFRJ, explicou o que motivou a decisão dos profissionais em voltar às aulas: "após três meses de greve, e com os pagamentos sendo efetuados, consideramos que os resultados da greve foram substanciais até agora. Além disso, estamos no limiar de perder o primeiro semestre. Foi por isso que decidimos voltar hoje [segunda-feira, 13], mas não querem deixar a gente entrar", disse Teixeira.

Com agências