Paraguai: chanceler descarta plebiscito sobre saída do Mercosul
O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, José Félix Fernández Estigarribia, descartou nesta quarta-feira (15) a possibilidade de ser realizado um plebiscito para que a população decida se o país deve continuar no Mercosul. A possibilidade foi sugerida pelo atual presidente do país Federico Franco nesta terça-feira (14).
O chanceler disse que a Constituição proíbe que decisões de caráter internacional sejam definidas por meio de referendo.
Publicado 15/08/2012 14:58

O chanceler esclareceu que a Constituição proíbe que decisões de caráter internacional sejam definidas por meio de referendo e que a sugestão do presidente teve o sentido de consulta democrática.
De acordo com o chanceler, para o Paraguai deixar o Mercosul a decisão deve ser submetida à apreciação e votação no Congresso. Empenhado em desfazer a impressão negativa causada pela destituição do poder do então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho, o chanceler acrescentou que os líderes estrangeiros observam o Paraguai e “têm uma visão clara do que ocorre” no país.
Para o ministro, no entanto, os latino-americanos “fazem juízo de valor errado” sobre a situação política paraguaia. O Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) aprovaram a suspensão temporária do Paraguai até abril de 2013.
Para os líderes da região, o processo de impeachment de Lugo, que durou menos de 24 horas, não permitiu sua ampla defesa e feriu os preceitos básicos da democracia. O governo Franco nega irregularidades.
Protestos
Mais de mil pessoas participam do Fórum Paraguai Resiste que acontece desde esta terça-feira (14) e termina nesta quarta (15) na capital paraguaia, Assunção. O ato coincide com o que seriam os quatro anos de governo do presidente Fernando Lugo, destituído antes disso, no dia 22 de junho, no que é classificado como um golpe de Estado parlamentar.
A organização do encontro calcula a presença de cem diferentes organizações do país, entre as quais 34 entidades camponesas, além de organizações de sem-teto, organizações em defesa das crianças, trabalhadores urbanos, organizações de base comunitárias e movimentos que reivindicam Saúde e Educação.
Com Agência Brasil e Brasil de Fato