Chilenos convocam protesto por nova Constituição para o país

Movimentos sociais chilenos convocaram uma manifestação na próxima semana, em Santiago, para solicitar uma nova Constituição para o país, através do chamado a uma Assembleia Constituinte. O protesto está anunciado para a próxima sexta-feira (24) nas imediações da sede do Congresso Nacional. 

O presidente das Confederações de Servidores Públicos da Saúde Municipalizada (Confusam), Esteban Maturana advertiu sobre o caráter antidemocrático da Constituição que rege o país, imposta durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Considerou, portanto, que os legisladores devem respaldar a legítima solicitação da cidadania de avançar para uma Assembleia Constituinte.

"Exigimos uma nova Constituição que permita, entre outras prerrogativas, a expressão da soberania mediante o plebiscito vinculante para os grandes temas do país, a eleição popular de todas as autoridades no Chile e um equilíbrio de poder entre o Executivo e o Legislativo", expressou.

Argumentou que a necessidade desse equilíbrio ficou demonstrada no mês passado, a propósito da discussão sobre o salário mínimo, onde, apesar da rejeição do Congresso a uma iniciativa no assunto, no final se impôs o projeto do governo com o veto aditivo do presidente do país.

Por sua vez o dirigente da Patagônia Sem Represas e do Movimento Social da região de Aysén, Patricio Segura, manifestou que "a atual Constituição é a pedra no caminho de todos os movimentos sociais, por isso mudá-la é o princípio para conformar o novo Chile". 

Destacou que há mais de 90 organizações sociais que apoiam o chamado a uma Assembleia Constituinte e enumerou múltiplas iniciativas a respeito como a proposta de uma Quarta Urna nas próximas eleições presidenciais.

O coordenador do movimento Ação Ecológica, Luis Mariano Rendón, também defendeu a ideia dos plebiscitos vinculantes que incorporem a opinião dos cidadãos às grandes decisões.

Os convocadores à manifestação destacaram seu caráter pacífico e solicitaram aos integrantes de ambas as câmaras legislativas que intervenham perante as autoridades para evitar que essa demonstração cidadã seja reprimida pela polícia.

Fonte: Prensa Latina